O bom desempenho das caratecas candangas Camille Santos e Rayane Ferreira no Sul-Americano na Venezuela este mês, despertou o interesse de prefeituras do estado de São Paulo para os Jogos Regionais do Interior que acontece nos dias 24 e 25, em Taubaté. As atletas conquistaram medalhas com a seleção brasileira sub-21, mas também representam a categoria adulta em outras competições durante o ano.
Únicas brasilienses a entrarem no tatame na Veneuzuela, Camille faturou a medalha de prata por equipe e vai lutar pela cidade de Pindamonhangaba no fim do mês. Já a colega de categoria Rayane, medalha de prata individual na competição sul-americana, disputará o mesmo torneio, mas por São José dos Campos.
“Estou há 12 anos no caratê e tem quatro anos que estou medalhando. Isso é muito significativo”, explicou Rayane, que começou na modalidade a contragosto dos pais.”Já tinha feito vários esportes e como eles não gostavam acabei ficando por teimosia, mas me apaixonei”, conta a carateca, que já está há um ano na seleção brasileira adulta. “Venci o brasileiro na categoria 60kg em Campo Grande, em maio, e estou disputando a vaga para o Pan-americano ano que vem com a seleção principal.”
Camille que conquistou o bronze por equipe lembra que elas tiveram que tirar dinheiro do próprio bolso para disputar o Sul-Americano na cidade de Vargas. “Pagamos a inscrição, hospedagem e a passagem. Mas, pelo menos contamos com a bolsa da universidade”, disse Camille que junto com Rayane é atleta da Univesidade Católica de Brasília.
“Hoje caratê é minha profissão, mas quando minha mãe me colocou nas aulas, por causa do meu irmão, eu odiava”, lembrou Camille, que já está com a faixa marrom, muito a frente do irmão. “Ele já fazia caratê e, como eu não tinha nada para fazer, era obrigada. Hoje está aí o resultado”, sorriu.
Chama olímpica
Apesar do caratê não ser uma modalidade olímpica, as meninas da capital federal ainda sonham em conquitar uma medalha no principal evento esportivo do mundo. “Aquela frase de que ‘sou brasileiro e não desisto nunca’ cabe aí para a gente”, define Camille.
Do outro lado, Rayane está um pouco desiludida, após o esporte perder espaço nos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012, para o golfe e o rúbgi. “Perdemos por um voto, mas vamos ver em 2016 no Brasil. Fico muito trite em saber que treino todos os dias, me dedico para o caratê e ninguém valoriza nosso esporte”, lamentou.
As candangas explicam que mesmo o caratê sendo pouco reconhecido no Brasil, em outros países é diferente. “Quando chegamos na Venezuela a gente saía às ruas e todo mundo sabia quem era quem”, recordou Rayane. “Depois do futebol americano, o caratê é o segundo esporte lá. Isso é maravilhoso”, completou.
| Nome: Camille Santos Idade: 20 anos Natural de: Brasília (DF) Altura: 1,60m Peso: 53kg Resultado no Sul-americano: Medalha de prata por equipe |
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| Nome: Rayane Ferreira Idade: 19 anos Natural de: Brasília (DF) Altura: 1,65m Peso: 58kg Resultado no sul-americano: Medalha de bronze individual |
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