Até onde um panfleto pode influenciar? Para Gabriel Vilarinho, de 11 anos, uma pequena folha de papel da escolinha de Guilherme Giovannoni distribuída há cerca de três anos durante um jogo do UniCeub/Brasília contra o Flamengo no Ginásio Nilson Nelson, foi fundamental para que ele se interessasse pelo basquete e deixasse o futebol de lado. O esporte bretão, aliás, era tradição na família.
“Depois daquele jogo, eu deixei o futebol de lado e passei a ser fanático por basquete, em todos os sentidos, tanto de jogar, como no video-game”, revela Gabriel, que conta ser fã de Fúlvio e Stephen Curry, ambos armadores.
Hoje, o jovem armador comemora a aprovação na peneira das categorias de base do time candango. O detalhe é que ele foi escolhido para integrar o elenco da equipe sub-14, três categorias acima da de origem de Gabriel, que pouco se importa em ser o menor e mais novo do time.
Desde 2012, a casa do atleta mirim se transformou em uma espécie de centro de treinamento, com tabelas das mais diversas alturas espalhadas por todos os lados. No começo, os pais de Gabriel se revezavam para poder levá-lo aos treinamentos.
Elogios por todas as partes
O carisma e a educação de Gabriel são traços que podem ser vistos fora de quadra. Dentro dela, porém, outros detalhes, talvez até mais importantes para o jogo foram notados.
“Se a gente fosse pensar no basquete como um esporte onde a estatura mais alta é prioritária, não escolheríamos ele. Notei nele uma personalidade diferente, o Gabriel é muito focado em tudo o que vai fazer. Ele domina os fundamentos de passe e drible, além de ter uma visão de quadra muito boa, apesar da pouca idade”, ressalta Paulão Santiago, técnico das categorias de base do UniCeub/Brasília.
O ala/pivô Guilherme Giovannoni teve a oportunidade de acompanhar de perto a evolução de Gabriel. Afinal, foi na escolinha do capitão do time candango que o armador deu os primeiros arremessos.
“É uma felicidade enorme. Ele foi um dos nossos primeiros alunos, sempre muito dedicado, fazia de tudo para treinar mais de uma vez. Fico feliz de ver que ele evoluiu o bastante para jogar em uma equipe três anos acima da dele”, celebra.
Aceitando qualquer “parada”
A pequena “fama” conquistada após as partidas do UniCeub/Brasília no NBB ou do CEUB (equipe formada por atletas de Brasília) na Liga Ouro já faz com que Gabriel receba “desafios”. O ala/armador norte-americano, Kyle LaMonte, viu o potencial do garoto e lançou a aposta. A “vítima” seria Kyle Junior, filho do jogador que, aos nove anos, também começa a jogar basquete.
“Fui conversar com ele e dizer que ele tinha que ganhar do meu filho e a resposta foi como ‘beleza, faço isso o tempo todo’. De fato, ele joga muito bem e creio que no futuro ele vai continuar jogando”, pondera.
Claro que receber elogios de um dos principais atletas do UniCeub/Brasília na temporada enche Gabriel de orgulho.
“É motivo de muita satisfação ouvir isso de um jogador que está em um nível superior”, comenta, com um largo sorriso no rosto.