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Clube dos Descalços revela atletas que sonham em chegar às pistas olímpicas do mundo

Arquivo Geral

13/04/2015 7h01

Uma pista de terra batida, com alguns obstáculos e uma espécie de casinha que protege atletas e técnicos de eventuais chuvas. Essa é a descrição do espaço que abriga os treinamentos do Clube dos Descalços, no Recanto das Emas. O projeto, que conta com o apoio do Instituto Joaquim Cruz, conta, atualmente, com 80 atletas, entre crianças e adolescentes. 

O responsável pelos treinamentos é o ex-corredor Manoel Evaristo. A história dele com o projeto começou há 17 anos, quando ele usava o antigo terreno baldio, que costumeiramente era alvo de pessoas que jogavam lixo enl entulho, para manter o condicionamento físico em dia, depois de dar um ponto final na carreira. O que começou com apenas alguns adultos treinando, se transformou em um local que já revelou vários campeões do atletismo, algo que o técnico comemora,

“O que a gente mais preza aqui é o conteúdo aplicado. Nossos resultados não deixam a desejar para ninguém. Acho que qualquer lugar é próprio para treinar, claro que aqui não vamos receber uma competição. O mais importante é eles acreditarem que são capazes”, frisa. 

DE OLHO EM 2020

Atualmente, são cerca de oito atletas com chances de se destacar no cenário nacional, segundo Manoel Evaristo. Alguns, inclusive, já conhecem bem o gosto de levar a bandeira do DF ao lugar mais alto do pódio pelo Brasil a fora. A meta é estar presente nas Olimpíadas de 2020, em Tóquio. 

“Meu sonho é representar o Brasil em Mundiais e Olimpíadas. Espero já ter o índice até 2020”, garante Luiz Eduardo da Silva que, aos 17 anos, conquistou o bronze no Brasileiro Escolar no revezamento 4 x 400. O atleta afirma que os treinos no Clube dos Descalços o ajudaram a ter mais disciplina. 

Ajuda de quem foi ajudado
O período como atleta do Clube dos Descalços também inspira quem faz parte do projeto a seguir trabalhando para ajudar na expansão e ascensão de novos nomes do atletismo candango. 
 
Foi o caso de Jeyssiane Souza. Aos 21 anos, ela chegou criança ao Clube dos Descalços, se tornou atleta, disputou competições e, quando deu ponto final à carreira nas pistas, decidiu estudar Educação Física. Foi o suficiente para que ela se completasse o ciclo no projeto: Jeyssiane foi atleta, estagiária e agora é uma das treinadoras do Clube dos Descalços.
 
“Me sinto como se estivesse em casa. Aqui eu também posso passar um pouco da minha experiência com pessoas que estão interessadas em ouvir o que tenho a dizer”, celebra a treinadora. 
 
TIRANDO AS CRIANÇAS DA RUA
 
Outro feito comemorado por treinadores e atletas é o fato do projeto tirar as crianças da rua por meio do esporte. O discurso é repetido quase como um mantra pelos corredores, que preferem, naturalmente, correr na pista e se manterem afastados de problemas nas ruas. “É muito melhor estar aqui. Assim, a gente se afasta, por exemplo, das drogas”, comenta Leonardo Nunes, especialista nas provas de dois mil e três mil metros com obstáculos.

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