Celular na mão e olhar atento no céu de tirar o fôlego de quem esteve na Esplanada, na tarde de ontem. Cada movimento no céu era alvo de cliques frenéticos nas câmeras fotográficas, que buscavam alguma asa delta chegando.
Aos poucos os atletas iam surgindo e enfeitando a grama com as cores dos aparelhos. As crianças eram as que mais se divertiam no lugar, correndo para todos os lados, tirando fotos, fazendo perguntas e pedindo autógrafos.
“Quero ser policial, mas nas férias vou voar em uma asa igual a essa”, afirmou o pequeno Nicolas Corrêa apontando para um equipamento verde e preto.
Christian Douglas foi o primeiro a pousar e o primeiro a assinar o caderninho de autógrafos do jovem Nicolas. Campeão da prova de ontem na categoria ascendente, Douglas contou os truques usados para um desafio com desfecho proveitoso.
“Todas as vezes em que voei prestando atenção nos outros, não ganhei. Aí comecei a voar tirando fotos, filmando e aproveitando a paisagem. Depois disso comecei a ganhar”, confessa o atleta de Sapiranga (RS), que só em Brasília conquistou mais de três títulos.
Ao lado dele, o organizador da prova desde 1984, Ricardo Ortega, era só sorrisos. Na edição do último sábado, o representante do esporte no Distrito Federal disse que o clima estaria ideal para o voo e ontem assegurou-se de sua certeza.
“Não tenho do que reclamar. Os saltos foram perfeitos e o clima então, nem se fala”, gabou-se o instrutor.
Fez frio
Embora o calor esquentasse quem estava no solo, lá em cima as condições eram completamente diferentes. Em uma espécie de saco para dormir os atletas se aqueciam no frio a 1.800 metros de altitude.
Com 25 anos de prática e um dos nomes mais renomados do DF, Mário Alberto, falou sobre o frio. “Estava muito gelado, mas as condições eram perfeitas para voar. A prova foi sensacional hoje (ontem)”, comemorou.