A diretoria da Renault não quer nutrir esperanças quanto ao desempenho da equipe no ano de retorno à Fórmula 1. Menos de uma semana depois de finalizar a compra da Lotus e confirmar a presença no grid em 2016, o CEO do grupo, Carlos Ghosn, lembrou a importância de ser “humilde” em relação às expectativas e disse só esperar bons resultados daqui a três temporadas.
“Precisamos ser realistas. Se você decide no dia 18 de dezembro que vai correr na Fórmula 1 no ano seguinte, não há como esperar resultados fantásticos. Mas chegamos com um planejamento bem claro – não para o próximo ano, mas para os seguintes”, projetou o dirigente em entrevista ao Motorsport .
Ghosn não espera que a evolução seja perceptível nos resultados a curto prazo. Para atingir o objetivo de rivalizar com Mercedes e Ferrari na briga pelo topo a partir de 2018, a equipe planeja desenvolver pacientemente aspectos da empresa e do carro, com atenção especial para os motores.
“Há muitas outras coisas que queremos fazer no ano que vem, como integrar toda a estrutura e trabalhar de maneira apropriada no motor. Queremos uma unidade de potência confiável no início do ano, para então evoluirmos gradativamente. Nosso objetivo para 2016 não é somente pontuar, temos outras necessidades importantes. Mas precisamos ser humildes em nossas expectativas”, acrescentou.
A Renault não economizou para tirar os planos do papel. De acordo com o diretor Cyril Abiteboul, a equipe tem um plano de investimentos “robusto” para voltar a figurar entre os melhores da Fórmula 1.
“Foi dado a nós um prazo de três anos, então devemos ser pragmáticos. Sabemos que vai levar tempo. Mas o que não deve demorar a aparecer é a capacidade da Renault de transformar o que fazemos na pista em valor de marketing para a marca e para o grupo como um todo”, avaliou Abiteboul, ecoado por Ghosn.
“Isso é o que realmente importa, é o que nos dará tranquilidade. Temos orçamento e tempo para ser uma das grandes equipes do grid”, completou.