Mesmo com inúmeras limitações no ramo do esporte, Brasília consegue reunir atletas de renome. Seja no vôlei, no basquete ou no futebol, há quem enxergue na capital mais uma oportunidade de crescimento, novos desafios ou estabilidade financeira.
Um bom exemplo é o do técnico do Brasília/Vôlei, Sérgio Negrão. Tricampeão da Superliga, ele aceitou a proposta das ex-atletas Leila Barros e Ricarda Lima e hoje comanda a equipe do DF, que estreou no campeonato nacional e está classificada para os Playoffs. Assim como ele, a paranaense Elisângela e mineira Érika, que já defenderam clubes de ponta no esporte, também aceitaram o desafio.
Natural de São Paulo, Sérgio lembra que muitas jogadoras tiveram que buscar os grandes centros para se dar bem no esporte. “Todas as atletas tiveram que sair daqui para jogar em outros lugares. Hoje, isso já não é mais necessário”, aponta.
É o caso da ponteiro Paula Pequeno, campeã olímpica com a seleção brasileira. Aos 14 anos, ela deixou a cidade para se profissionalizar e voltou pelo desejo de estar novamente com a família.
Natural de Itumbiara -GO, o meia Zé Roberto, do Brasiliense, já tinha como objetivo se reaproximar de seus familiares. A oportunidade de defender o Jacaré foi perfeita. “Saí muito novo. Só de estar em Brasília já fico do lado de casa. Estou muito feliz”, comemora o campeão brasileiro pelo Flamengo, em 2009.
Na bola laranja
Com o fim do poderoso time de Ribeirão Preto (SP), em 2008, o trio Nezinho, Guilherme Giovannoni e Alex veio à capital com a certeza de que continuaria junto no basquete defendendo o Universo (antigo nome do UniCeub/Brasília). “Candango” há seis anos, Alex admira a cidade e confirma o desejo de ficar por muito tempo. “O que pesa muito na minha permanência, além da parte financeira, é estar perto dos amigos. Nos divertimos e, ao mesmo tempo, nos apoiamos uns nos outros”, valoriza o capitão.
Já o técnico Sergio Hernández, ex-comandante da seleção argentina, afirma que a cidade em si não foi o motivo de sua vinda. “Chama a atenção por ser uma grande capital, mas foi a oportunidade de treinar o time que me fez chegar até aqui”, explica.
Paula Pequeno
“O que mais motivou a minha vinda foi saber que esse projeto tinha a Leila, a Ricarda e o Sérgio por trás, porque são profissionais responsáveis e entendem o que estão fazendo. O segundo ponto, claro, foi voltar ao meu berço e ao colo da minha família. Brasília me traz um conforto muito grande e, além disso, vim com o desafio de suprir essa carência para difundir o esporte. A gente merece uma equipe forte e de ponta. Hoje, a cidade é infinitamente mais estruturada do que quando saí daqui, aos 14 anos.”