Menu
Mais Esportes

Campeão Pan-americano de taekwondo ameaça entrar na Justiça contra a Confederação Brasileira da moda

Arquivo Geral

01/02/2008 0h00

A decisão da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) de restringir a ajuda de custo em 2008 aos atletas classificados para os Jogos Olímpicos de Pequim revoltou o campeão pan-americano Diogo Silva. Responsável pela conquista da primeira medalha de ouro do país nos Jogos de 2007, no Rio, o atleta paranaense ameaça recorrer à Justiça Desportiva contra a medida anunciada por comunicado oficial da entidade.


 


“Isso tudo é um descaso e eu já não suporto mais”, desabafa o atleta, responsabilizando a má-administração da entidade pela situação. “Nossa grande dificuldade para crescer sempre foram resultados e dinheiro”.


 


“Desde 2004, o taekwondo tem obtido seus melhores resultados e por culpa da má-administração e de mau gerenciamento o COB (Comitê Olímpico Brasileiro) não libera mais dinheiro. Nossa prestação de contas não é feita da forma que deveria ser. O problema está lá em cima. O que os atletas poderiam ter feito pelo esporte já fizeram, agora a consciência tem de vir daqueles que colocam estas pessoas lá”, reclama.


 


Nos Jogos Olímpicos de Atenas-2004, o Brasil voltou com duas quartas colocações obtidas por Silva e Natália Falavigna (+67kg). No Pan do Rio, além do ouro de Silva, o Brasil também conquistou duas medalhas de prata com Natália e Márcio Wenceslau (-58kg) e um bronze com Leonardo dos Santos (+80kg).


 


Revoltado, Silva denuncia a existência de conchavos para manter a situação. “Facilmente vemos que existem acordos em troca de votos. Uma ajuda aqui, um benefício que pode conseguir na seleção… Todo mundo reclama da situação, mas ninguém faz nada para mudar e quem sofre são os atletas”.


 


A desilusão do lutador é tanta que ele admite já ter pensado em deixar de competir pelo Brasil, idéia que só foi descartada por causa de sua idade. “Se pudesse, mudava de país, mas teria que conseguir outra cidadania. Estou com 25 para 26 anos e não vale mais a pena, mas não vejo perspectiva de crescimento aqui”.


 


Na opinião do atleta, que aproveitou a cerimônia de premiação do Pan para criticar e cobrar mais apoio da Confederação, sua situação se deteriorou ainda mais depois daquilo. Quando fez o desabafo no Rio, Santos recebia R$ 600,00 de ajuda de custo. Após a reclamação, a CBTKD prometeu rever o valor e aumentá-lo, mas apesar da retificação, atrasou o pagamento para parte da seleção.


 


“Acho que minha situação está até pior do que naquela época”, compara. Por não ter conseguido classificação para Pequim, a categoria de Silva não integra os projetos de viagem da entidade. “No momento, estou fora de todas as competições do primeiro semestre”, diz o atleta, que ainda busca patrocínio na iniciativa privada. “Até março espero ter tudo resolvido”.


 


Apesar do pessimismo e de já ter se programado para fazer poucas incursões internacionais em 2008, ele deve participar dos Jogos Universitários, em julho, na Sérvia, e do Campeonato Pan-americano, em setembro, em Porto Rico.


 


Atualmente treinando em Londrina (PR), mas com contrato acertado com o Clube São Caetano, Silva passará a treinar em São Paulo a partir de julho. “Além disso, vou continuar dando palestras e seminários como tenho feito. Mas estou meio desanimado em representar a seleção. No ano passado briguei muito, me desgastei e não quero mais me doar. Se precisar, vou entrar na Justiça e aguardar”.


 


Com a medida anunciada pela CBTKD, apenas três dos 16 integrantes da seleção olímpica receberiam pagamento da entidade durante 2008. Os classificados para Pequim são Márcio Wenceslau, Natália e Débora Nunes (-57kg).

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado