Único brasileiro a conquistar um título mundial no judô, o gaúcho João Derly até poderia ser favorito à conquista de uma vaga na seleção brasileira para os Jogos Pan-americanos do Rio, em julho. Mas seu adversário na briga pela condição de titular, Leandro Cunha, tratou de inverter a situação.
Responsável por duas das sete medalhas conquistadas pelo Brasil na primeira fase de competições internacionais que definirá o dono da vaga pan-americana, Cunha jogou a pressão para os ombros de Derly. "O Leandro tem um grande trunfo nas mãos", reconhece o supervisor-técnico das seleções Ney Wilson. "Ele conseguiu belíssimos resultados e, obedecendo os critérios de definição da seleção, está em posição confortável".
Pelos critérios estabelecidos pela comissão técnica fica com a vaga na equipe pan-americana o judoca que apresentar os melhores resultados nos torneios internacionais válidos como observatórios e nos treinamentos de campo que serão realizados. Participam desta etapa final de avaliação os dois judocas melhores classificados na seletiva realizada em dezembro. Cada um dos pré-classificados disputa dois torneios no exterior.
Cunha integrou o primeiro grupo de pré-classificados que competiu na Europa e retorna ao Brasil com um ouro e uma prata. O meio-leve venceu a Copa do Mundo de Budapeste e foi vice na Super Copa do Mundo em Paris. "O João vai ter que apresentar resultados muito bons para continuar na equipe", admite Wilson.