José George Breve, o Passarinho, foi o primeiro a cruzar a linha de chegada na edição de 1972 da Prova Ciclística 9 de Julho, idealizada pelo jornalista Cásper Líbero em homenagem à Revolução Constitucionalista, eclodida em 1932, no estado de São Paulo. Atualmente presidindo a Federação Paulista de Ciclismo (FPC), o ex-atleta comemorou o retorno da corrida às ruas de São Paulo.
Por conta da indicação de prefeitos anteriores, a competição foi realizada no Autódromo de Interlagos em suas últimas edições, com o argumento de que a prova poderia causar problemas ao trânsito da capital paulista.
“Crescimento da cidade, muito trânsito, ela foi mudando, migrando pra outros lugares e chegou a ser feita em Interlagos, outros circuitos alternativos, mas o lugar é nas ruas de São Paulo”, explicou Passarinho.
Após três anos de interrupção, a tradicional prova está de volta às ruas da maior cidade do Brasil, reunindo os principais atletas e equipes do País. Marcada para o próximo dia 9, a corrida terá um novo percurso: largada e chegada acontecerão na Avenida Lineu de Paula Machado, em frente ao Jockey Club de São Paulo, passando pela Cidade Universitária, Ponte Cidade Jardim, Avenida Juscelino Kubitschek, entre outras. Os homens darão duas voltas, completando um total de 53,6km, enquanto as mulheres darão apenas um giro de 28,3km.
“O retorno da 9 de Julho é muito importante pelo grau de tradição da prova. Ela só foi transferida para Interlagos pela dificuldade nas questões de trânsito e segurança, o volume grande de carros. Mas ela sempre foi uma competição de grande importância no cenário nacional”, destacou o mandatário da FPC à Gazeta Esportiva, comemorando o fato de a disputa voltar com um circuito de ruas.
“Fazer a prova nas ruas novamente é muito legal, chama mais atenção da mídia, leva as pessoas a assistirem a corrida nas ruas, o ambiente é especial numa prova como essa. A de 1972, eu participei e minha participação foi boa. Essa época, ela ainda era nas ruas de São Paulo”, acrescentou.
Na corrida da próxima quinta-feira, 700 ciclistas nacionais participarão do retorno da prova mais tradicional do ciclismo brasileiro, sendo 600 homens e 100 mulheres. Segundo Passarinho, a 9 de Julho deverá trazer atletas estrangeiros nas edições subsequentes, fazendo com que a competição recupere o caráter internacional.
“Com a consolidação da prova no calendário, nossa intenção é trazer ciclistas estrangeiros e fazer com que a 9 de Julho se torne internacional novamente, com certeza. Afinal, eles só vão engrandecer a prova”, ressaltou o campeão de 1972. “Ela era prova válida pelo ranking internacional da União Internacional de Ciclismo (UCI, na sigla em inglês) e ela tem tudo pra voltar”, completou.
José George Breve ainda confirmou que a organização da prova vai tratar de equilibrar o número de participantes entre homens e mulheres para as próximas edições da 9 de Julho e que buscará manter o circuito de ruas, o que permitiu fazer da corrida um evento tão tradicional.
“Essa disputa é uma disputa tradicional. A 9 de Julho foi, no passado, a principal competição da América do Sul, então tem que voltar com essa imagem”, encerrou o ex-ciclista.