Mas foi somente na chegada ao Brasil, ao lado da delegação que esteve na Dinamarca, que Comin revelou os motivos para tomar a decisão e os planos para o futuro. Aos 23 anos, garantiu ter chegado ao máximo em sua carreira e optou por mudança radical: a partir de agora, quer ajudar a ginástica de outra forma.
“No ano que vem vou tentar um mestrado em gestão no esporte”, garantiu Comin, dando a entender em seguida que pode se tornar dirigente. “Quero trabalhar para ajudar a ginástica do outro lado, para fazer evoluir ainda mais. Felizmente sempre pude estudar e agora quero tentar este caminho”, completou.
A ginasta, que ainda não decidiu se participa dos Jogos Sul-americanos, em novembro, deixa o esporte com currículo extenso e boas participações como na medalha de bronze por equipes no Pan-americano de Santo Domingo-2003. Além disso, esteve presente nos Mundiais de Melbourne-2005 e em Aarhus, em que o Brasil foi oitavo e sétimo, respectivamente.
Por isso mesmo, admite ter cumprido bem seu papel. “Acho que saio em boa hora. Participei de duas Olimpíadas e de um momento histórico da ginástica brasileira e me sinto parte dela, sinto que abri portas. Espero que continue assim, porque temos uma renovação boa e a esperança de continuar desta forma”, explicou.
Ao falar sobre renovação, Comin se referiu basicamente às duas jovens atletas que estrearam em Mundiais pelo Brasil na Dinamarca. Bruna Costa e Juliana Santos participaram na primeira fase e a primeira chegou até a competir na final por equipes, em que o país terminou com a sétima colocação, a melhor da história.
Em sua primeira grande decisão, porém, Costa não foi bem, sofreu duas quedas e tirou nota inferior às das principais concorrentes. Ainda assim, sua participação foi comemorada por dirigentes e membros da equipe, o que confirma a idéia de trabalho para o futuro. Sobre a participação, a ginasta de 17 anos admitiu o nervosismo, mas garantiu ter vivido momento especial na ainda curta carreira.
“Foi muito importante a participação. Lá pude competir com as maiores e foi muito legal, elas me ajudaram bastante. Até achei que iria pior, porque estava nervosa, com um pouco de medo na hora (da apresentação). Mas tanto eu quanto a Juliana fomos bem. Só precisamos melhorar muito para chegar no nível delas”, explicou Bruna.
Outra que cita – e comemora – o processo de renovação é a experiente Daiane dos Santos. A gaúcha, campeã mundial no solo em 2003 e quarta colocada neste ano, garante que o Brasil vive fase excelente. “Estamos no melhor momento da ginástica, com boa estrutura, os médicos viajam com a gente. E assim só temos a melhorar”, concluiu.
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