O anúncio de que o polonês Robert Kubica não terá condições de iniciar a temporada 2012 da Fórmula 1 na equipe Lotus-Renault, realizado na manhã desta quarta-feira (23), pouco animou o brasileiro Bruno Senna, um dos concorrentes pela vaga no time para o ano que vem. Segundo o piloto, titular da escuderia desde o Grande Prêmio da Bélgica, as condições para que ele consiga um assento no próximo Mundial, que incluem arranjar patrocínios para o time, seguem as mesmas, mesmo com o preferido do chefe Eric Boullier fora do páreo.
Kubica sofreu um forte acidente durante uma prova de rali no início do ano, o que impossibilitou que ele disputasse a temporada da F-1. Para seu lugar foi contratado o alemão Nick Heidfeld, que não agradou e acabou substituído por Senna, então terceiro piloto do time. O polonês sempre teve apoio de Boullier para retornar a seu posto após sua recuperação ser concluída, mas ainda não tem condições de pilotar um carro da categoria.
“Acho que para mim não muda nada, vou fazer o que tenho que fazer para convencer a equipe e outras de que sou capaz de estar na Fórmula 1 competitivamente”, disse o brasileiro, que não descarta assinar com outras escuderias para a próxima temporada, mas trata um acordo com seu atual time como prioridade.”A competição é sempre grande, todo mundo quer um lugar em uma equipe que já foi vencedora e tem chances de voltar a ser. A gente sabe que não vai ser fácil, porque tem outros pilotos ainda na briga”, completou.
Sem Kubica, o principal concorrente de Bruno Senna por uma vaga no time passa a ser Romain Grosjean, atual terceiro piloto da escuderia e tratado como promessa por Boullier. Campeão da GP2 na temporada 2011, ele aparece forte na briga por ter apoio das parcelas francesas da equipe e pilotará no primeiro treino livre de sexta-feira para o Grande Prêmio do Brasil, em Interlagos, neste final de semana.
“Nós somos os que estão mais perto da vaga, mas imagino que a competição seja acirrada com outros pilotos, que tem se aproximado da equipe, que conseguem enxergar potencial para o ano que vem”, avaliou Senna. O veterano Rubens Barrichello é um dos competidores que busca um lugar no grid em 2012 e pode acertar com a escuderia. “Todo mundo que está no mercado é meu adversário neste momento. Se o Rubinho está no mercado, vai ser meu adversário. Aí vai ser decisão da equipe apostar no potencial ou procurar um piloto mais experiente.
Entre os pontos que podem convencer a Lotus-Renault a manter o brasileiro como um de seus titulares para 2012 está os parceiros comerciais que ele pode levar ao time. Para Senna os investidores podem ser tão importantes quanto seu desempenho na pista para a decisão da escuderia, ainda sem prazo para ocorrer. “Vale para a gente e para eles esperar um pouco mais para tentar conseguir o pacote completo. Mas claro que é melhor para eles, que podem segurar a decisão até quando quiserem”, avaliou o piloto, que vê o time satisfeito com seu desempenho em 2011.
“Lógico que eles querem mais consistência, que eu esteja melhor, mas muita gente com que eu conversei veio me fazer elogios, dizer que estou fazendo um bom trabalho”, afirmou.