O matagal tomou conta da construção de um prédio abandonado em Águas Claras. Os cachorros fizeram do lugar a sua morada e é possível ver muito lixo e restos de móveis por ali indicando que humanos fazem companhia aos animais. O lugar é sombrio e mete medo em qualquer um. Mas o cenário é incrivelmente perfeito para quem gosta de aventura.
Basta subir ao oitavo andar e, passando por muito lixo e entulho, é possível encontrar os brasilienses aventureiros. Eles amarraram a ponta de uma corda a uma pilastra e prendem a outra de modo que dê para atravessar os andares. No meio do encordoamento fica um vão imenso, digno de arrepios.
O objetivo é caminhar de uma ponta à outra sem cair. O slackline muito lembra a atração circense da corda bamba e originou-se nos Estados Unidos em meados dos anos 1980.
Óbvio que os aparelhos de segurança vão muito além de uma simples corda. Lembram muito os do rapel, mas são aprimorados com instrumentos próprios do esporte. “A gente usa até quatro tipos de amarrações, justamente para evitar qualquer acidente. Apesar de a corda principal aguentar três toneladas, todo cuidado é pouco”, afirma o educador físico e atleta Guilherme Caetano. Ele acrescenta que se há algum acidente, o erro é unicamente humano. Seja por falta de atenção quanto à validade das cordas, ou por falta de cuidado de quem o pratica.
Tem até Copa do Mundo
Guilherme é o mais experiente do grupo e viajou para a Austrália, em 2011, para um intercâmbio quando ainda estudava Educação Física. Por sorte, ele acabou presenciando a Copa do Mundo de Slackline neste período e teve contato com os melhores do mundo da modalidade.
Ao voltar ao Brasil, depois de seis meses no exterior, ele resolveu difundir ainda mais o esporte entre os brasilienses. “Já tinha contato antes de viajar, mas não levava a sério. Depois de ver os melhores, quis repetir isso em Brasília”, conta. No Facebook, há um grupo do DF com quase 2.000 membros.