A um ano de Pequim-2008, Brasil entra firme na briga pelo “passaporte” olímpico. “Ainda não sei quantas provas vou disputar em Pequim, mas vou priorizar as que tenho chances de medalha”. A frase dita pelo nadador Thiago Pereira, após encerrar a participação nos Jogos Pan-americanos, é um privilégio no esporte brasileiro neste momento. A um ano do início das Olimpíadas de Pequim, apenas Thiago e pouco mais de 100 atletas sabem que estarão na China no próximo ano.
Até agora, nove modalidades terão presença de brasileiros nos Jogos: atletismo, futebol masculino, handebol masculino e feminino, hipismo (equipes do adestramento, CCE e saltos), natação, pentatlo moderno, saltos ornamentais, tiro e vela. Porém, os únicos nominalmente assegurados em Pequim, salvo alguma contusão, são a pernambucana Yane Marques, do pentatlo moderno, o brasiliense César Castro, dos saltos ornamentais, o paulista Stênio Yamamoto e o carioca Júlio Almeida, ambos no tiro.
Mas dificilmente nomes como Jadel Gregório, Maurren Higa Maggi e Keila Costa (do atletismo) ou os nadadores César Cielo, Rebeca Gusmão, Flávia Delaroli e Thiago Pereira (que tem índice em cinco provas individuais) terão suas marcas superadas até o fim da seleção. Já o restante terá de conquistar o seu lugar na equipe, manter-se com um dos melhores índices ou melhorar o ranqueamento mundial de sua modalidade para ir a Pequim.
Das nove modalidades, três delas (handebol, hipismo e pentatlo moderno) aproveitaram o Pan do Rio de Janeiro para carimbar o passaporte. O evento ainda distribuiu vagas no pólo aquático, hóquei sobre grama, triatlo, tênis de mesa e nado sincronizado, mas os brasileiros acabaram superados. A situação mais dramática foi a do hóquei sobre grama, que já ficou sem esperanças de levar sua equipe à China, tanto no masculino, como no feminino. A mesma realidade vive o beisebol, que sequer irá disputar o Pré-olímpico Mundial, última tentativa de ir aos Jogos, pois não obteve classificação necessária na seletiva continental.
Para evitar o mesmo fim trágico destes dois esportes coletivos, o Brasil viverá dois meses decisivos a partir justamente desta quarta-feira. Coincidentemente, neste mesmo 8 de agosto, inicia-se o Mundial de Canoagem, na cidade alemã de Duisburg, que concederá 130 vagas para as Olimpíadas. Oito dias depois, será a vez de os competidores do pentatlo moderno tentarem fazer companhia a Yane Marques. No dia 19, o softbol tem a última chance de assegurar uma inédita participação olímpica.
Já no dia 22, tem início o Pré-olímpico das Américas de basquete masculino,
Responsável por quatro ouros e 11 pódios no Pan, a ginástica artística definirá no Mundial de Stuttgart, entre 1º e 9 de setembro, se terá novamente uma equipe completa feminina e conseguirá o mesmo feito no masculino, já que em Atenas-2004 o país teve apenas uma vaga, que acabou nas mãos de Mosiah Rodrigues. Para isso, a equipe precisa terminar entre as 12 melhores do evento. A competição foi a razão para Daiane dos Santos evitar as disputas por aparelhos no Rio de Janeiro. “Não podemos parar. Agora é pensar no Mundial e tentar colocar o máximo de brasileiros nas Olimpíadas”, afirmou Diego Hypólito.