Atuar nas grandes ligas esportivas nos Estados Unidos parecia algo inalcançável para atletas brasileiros alguns anos atrás, principalmente pela pouca popularidade de algumas modalidades no País.
A realidade, porém, muda pouco a pouco. Recentemente, o paulistano Yan Gomes, catcher do Cleveland Indians, time da Major League Baseball (MLB) recebeu o Silver Slugger Award, prêmio dado ao melhor jogador ofensivo de cada posição.
Antes dele, em 2013, o arremessador André Rienzo, também nascido em São Paulo, se tornou o primeiro brasileiro a atuar pela prestigiada liga norte-americana da modalidade. Desde o início da trajetória, ele defende o Chicago White Sox. Os dois “brasucas”, inclusive, chegaram a protagonizar um duelo verde e amarelo na MLB.
O futebol americano, outro polo pouco provável para atletas do Brasil, aos poucos vai ganhando espaço. À medida em que cresce por aqui, aumenta também o número de atletas brasileiros na NFL.
No ano passado, o kicker paulista Maikon Bonani chegou a ser cotado para ser titular do Tennessee Titans.
Nos jogos de pré-temporada, entretanto, ele não foi tão bem e acabou sendo preterido da terra de Elvis Presley. Mesmo fora, ele admite tentar a sorte em ligas alternativas, também nos Estados Unidos.
Já o Seattle Seahawks, campeão do Super Bowl neste ano, teve traços brasileiros no elenco. O offensive tackle Breno Giacomini, embora tenha nascido em Massachussets, é filho de pais brasileiros.
As façanhas do estudioso Cairo
O primeiro jogador brasileiro a entrar em campo na NFL foi o também kicker Cairo Santos. Paulista radicado em Brasília, onde mora sua família até hoje, Cairo foi para os Estados Unidos buscando trilhar carreira no futebol.
A escolha de onde estudaria, inclusive, foi pautada pelos campos de futebol dos colégios que analisou. Por meio de um software no computador, que mostra imagens via satélite, ele podia ver quais gramados pareciam mais interessantes e, assim, embasar melhor a escolha. A identificação com o futebol é tanta que, até hoje, em meio aos gigantes do futebol americano, ele usa chuteiras de futebol, de cano baixo, diferentemente dos companheiros. No meio do caminho, entretanto, ele foi convidado para participar de treinos do futebol da bola oval.
Cairo seguiu chutando bolas com sucesso também nos torneios universitários. O êxito foi tanto no tempo de universidade que ele acabou sendo contratado pelo Kansas City Chiefs. No mês passado, ele acertou um field goal de 48 jardas (cerca de 43m), que garantiu a vitória do time dele contra o San Diego Chargers, por 23 x 20.
O lance ganhou ainda mais importância porque, no momento do chute, o placar apontava empate em 20 x 20 e o chute certeiro deu a vitória à sua equipe.
Presente à irmã
Dias depois da façanha, em entrevista ao Jornal de Brasília, a irmã do kicker, Talita Fernandes, disse que o atleta havia pedido ao treinador uma chance de dar um chute de 24 jardas como presente de aniversário dela, que completava 24 anos no dia do embate.
Curiosidade
Entre os grandes
1 Quem já ganhou: a façanha conquistada por Yan Gomes ao receber o Silver Slugger Award na posição de catcher faz com que ele se junte a outros nomes importantes do baseball, como Jorge Posada, um dos ícones do tradicional New York Yankees.
2 Trajetória na seleção brasileira: não é só defendendo o Cleveland Indians que Yan Gomes tem atuações de destaque. Ele foi o único integrante da MLB a fazer parte da seleção brasileira que disputou o torneio qualificatório para o World Baseball Classic, em 2013. Yan foi um dos destaques da equipe que venceu três jogos e garantiu vaga no campeonato. Ele, porém, pediu dispensa para focar na MLB.