Com uma vitória por 25 a 20 sobre a Argentina, o Brasil conquistou o título pan-americano pela quinta vez consecutiva na noite da última sexta-feira. Em êxtase pelo feito alcançado em Toronto, as jogadoras lembraram a capitã Dara, cortada do torneio por lesão.
“Essa medalha significa um pedaço de cada uma de nós e também das que não puderam vir, principalmente nossa capitã, Dara, que se contundiu pouco antes do Pan”, disse, ainda trêmula, a pivô Tamires, de apenas 21 anos, participando de seu primeiro Pan-Americano.
Sem Dara, as atletas mais experientes assumiram a liderança. Aos 33 anos, Alexandra Nascimento brilhou ao marcar seis gols na final diante da Argentina. Presente nos títulos de Santo Domingo 2003, Rio de Janeiro 2007, Guadalajara 2011 e Toronto 2015, a atleta festejou.
“Para mim, é a quarta medalha de ouro em Pans. Agora estou com foco no Mundial e em 2016. A quinta medalha? Vamos ver, uma coisa de cada vez. Eu quero ser mãe também, depois dos Jogos do Rio”, disse Alexandra, melhor jogadora do mundo em 2012.
O primeiro tempo da decisão entre Brasil e Argentina terminou empatado por 12 a 12 em Toronto. Na etapa complementar, no entanto, a Seleção comandada pelo técnico dinamarquês Morten Soubak, atual campeã do mundo, tomou o controle das ações e assegurou o pentacampeonato pan-americano.
“A Argentina estava bem preparada e jogou muito bem no primeiro tempo. No segundo, sabíamos que tínhamos que crescer no jogo e foi isso que fizemos. Antes da partida, eu pedi cuidado, paciência dentro de quadra e para as meninas não pensarem que seria fácil”, afirmou Soubak.
A intervenção do técnico no intervalo foi fundamental, conta a experiente Célia, de 35 anos. “Ele arrumou a defesa e falou com a gente. Disse que nós somos campeãs mundiais, que somos melhores do que elas. E a gente sabe disso, que o Brasil é o time a ser batido, sabe do nosso talento e como lidar com a pressão”, afirmou.