Após oito anos, a seleção brasileira volta à final do Mundial de futsal e reencontrará a Espanha na decisão deste domingo, às 10h30 de Brasília, no Maracanãzinho, com o desejo de impedir o terceiro título consecutivo do adversário.
O Brasil, que tenta o tetracampeonato, chega à decisão com uma campanha irrepreensível. A equipe treinada por PC de Oliveira venceu seus oito jogos. No total, foram 62 gols marcados e apenas seis sofridos. Número que fazem a equipe ter a defesa menos vazada e o melhor ataque.
Além disso, o Brasil tem quatro atletas concorrendo ao prêmio de melhor jogador da competição – Falcão, Schumacher Lenísio e o goleiro Tiago.
Essa consistência da seleção brasileira no Mundial de futsal apontada como o principal acerto do grupo nesta campanha.
O ala Marquinho disse à Agência Efe que esta característica fez com que a equipe chegasse à final da competição.
“O principal acerto deste grupo é a consistência. Foram poucos os momentos em que estivemos mal nas partidas deste Mundial. Isso faz com que a gente cresça e ganhe confiança”, disse.
Em relação à final, ala Falcão afirmou que a equipe está muito confiante e que a hora é de dedicação e sacrifício.
O jogador do Malwee afirmou que os jogadores lesionados – Ciço, Schumacher, Wilde e Marquinho – estão dispostos até a tomar infiltrações para entrar em quadra.
“Todos estão aptos a tomar infiltrações. É a hora do sacrifício pelo título. Nessa hora, uma coisa assim não pode impedir de jogar. A gente tem 40 minutos para o jogo de nossa vida. É hora de esquecer o passado. Temos que preparar muito bem a cabeça para esta partida”, disse.
Ainda que se fale sobre uma possível retomada da hegemonia do Brasil na modalidade em caso de uma conquista amanhã, PC afirmou que não é bem assim.
“Não há mais como ter hegemonia no futsal de hoje. Queremos ser campeões jogando em alto nível para melhorar ainda mais este esporte”, disse.
Por todos esses números, a Espanha, que chega à sua quarta final consecutiva de Mundial, joga o favoritismo para o Brasil, que ainda tem a vantagem de atuar com a torcida a favor, segundo Daniel, brasileiro naturalizado espanhol.
“Acho que a seleção brasileira é a favorita para ganhar a final porque joga em casa. Caso a partida fosse na Espanha, os favoritos seríamos nós”, disse à Agência Efe.
Daniel, no entanto, não estará em quadra amanhã por conta de uma lesão no joelho direito.
Para jogador, a partida será decidida nos detalhes.
“Nosso segredo é a defesa. Se defendermos bem, teremos chances de ganhar. Qualquer detalhe pode definir o jogo, seja uma falta de concentração ou um momento de desequilíbrio”, comentou.
Quem parece não preocupar muito os espanhóis é Falcão. Para o capitão Javi Rodríguez, o ala brasileiro está longe de ser o melhor jogador do Brasil.
“Tenho todo respeito por Falcão, porque é um grande jogador, mas no Brasil há cinco ou seis melhores que ele. Fico mais preocupado com Lenísio, Vinícius, Schumacher, Marquinho ou Ciço, que são mais importantes e têm mais peso na equipe”, afirmou à Efe.
A partida de amanhã poderá ser também a última de um Mundial para muitos espanhóis, que formaram a melhor geração daquele país no futsal, da qual participarão os brasileiros Daniel e Marcelo.
Kike, um dos grandes nomes da Espanha e único de sua equipe a figurar na lista de candidatos ao prêmio de melhor do Mundial, afirmou que sua equipe vai em busca do título, mas a responsabilidade está toda no lado brasileiro.
“A final é um jogo psicológico. Eles têm grandíssimos jogadores e um ataque impressionante. Além disso, estão mais maduros e melhoraram na defesa. Estão mais equilibrados do que em outros mundiais. Mas têm a pressão de jogar em casa. Vamos ver como lidam com isso”, analisou.