A seleção brasileira masculina de Vôlei até tentou, mas não conseguiu usar da superação para atingir o décimo título da história na Liga Mundial. A equipe enfrentou a fortíssima seleção da Rússia, para quem cedeu dois sets, respirou na quarta parcial, mas não evitou a derrota por 3 a 2, em parciais de 23/25, 27/25, 25/23, 22/25 e 15/11, após duas horas e 34 minutos de jogo.
A vitória comprova certa falta de atitude do experiente time brasileiro contra os jogadores russos, mais altos e até mais fortes fisicamente. Com experiência, os russos subiram de produção no momento certo e controlaram a ofensiva russa. Pelo Brasil, Giba, Murilo, Théo e Lucão se destacaram, sendo os melhores jogadores da partida e em toda a fase final da Liga.
A Rússia teve, no entanto, o maior pontuador do jogo, o ponteiro Maxim Mikhaylov. Um dos principais destaques da fase final da competição, ele marcou 27 pontos e tentou garantir a vitória russa. O oposto Taras Khtei e o central Denis Biriukov foram outro a se destacar, subindo de produção no set final.
Com o resultado, o Brasil fica com nove títulos da Liga Mundial, e deixa de ampliar a vantagem sobre a Itália, segunda maior vencedora do torneio, com oito títulos. O técnico Bernardinho vivia a expectativa de passar a ser “maior que a Itália” ao conquistar a que seria a sua nona taça à frente da seleção masculina.
Campeões, os russos conquistam a competição pela segunda vez. O resultado é uma clara ‘vingança’ da seleção do Leste Europeu, que comprovou o alto nível de seu voleibol neste ano ao ter chegado à decisão em 2010, mas perdeu para os brasileiros naquela ocasião, na competição ocorrida na Argentina.
O JOGO – No primeiro set, o Brasil começou melhor que na partida entre as duas equipes pela fase de grupos das finais. Com o entrosado time titular, os russos sentiram maior dificuldade e não conseguiram defender os ataques de Giba e Lucão, com Murilo também em boa forma – os três foram poupados naquela ocasião.
Depois de abrir quatro pontos, os brasileiros deixaram os rivais empatarem em 15 a 15, mas confirmaram o ponto que levou o set à sua segunda parada técnica. A partir dali, os comandados de Bernardinho mantiveram uma vantagem de dois pontos até os instantes finais da parcial, fechando em 25 a 23 após 26 minutos de bola rolando.
No segundo set a mesma situação se repetiu, com a disputa bastante parelha até a metade do set, quando os russos abriram três pontos. Inconstantes, eles viram o Brasil empatar novamente o set em 15 a 15, a exemplo do set anterior, mas desta vez a equipe do Leste Europeu conseguiu abrir dois pontos. A vantagem persistiu até o set point, quando os brasileiros respiraram e empataram o jogo em 24 a 24. No entanto, o central Khtei marcou dois pontos seguidos e garantiu o empate para os rivais em 27 a 25, e 1 set a 1.
O empate acendeu os russos, que voltaram com o mesmo ritmo forte com o qual encerraram o set anterior. Rapidamente, os europeus conseguiram uma confortável vantagem em torno de três a quatro pontos, passando pela primeira pausa técnica com tranquilidade e abrindo cinco pontos ao fazer 14/9 no placar.
Com a maior diferença do jogo a favor dos russos, o Brasil acordou e buscou ao menos quatro pontos, fazendo 14/13. Apesar disso, os russos seguiram melhor na parcial e se mantiveram à frente pela vantagem mínima. Bernardinho acionou Dante pela primeira vez no jogo, mas a mudança não deu resultado e o time canarinho perdeu a parcial por 25 a 23, ficando em desvantagem no placar de sets (2 a 1 para a Rússia).
O Brasil respirou no quarto set e, com as boas entradas de Rodrigão e Dante, o time foi melhor e superou os russos no momento mais importante da parcial. Desta vez, os canarinhos nunca ficaram atrás no placar, e fecharam a contagem em um ‘rápido’ 25 a 22, se comparado aos demais sets.
No tie-break, a disputa seguiu parelha nos três primeiros pontos. Quando o placar marcava 2 a 1, o Brasil fez um claro ponto de bloqueio, mas a arbitragem marcou a favor dos russos, deixando os jogadores e principalmente a comissão técnica bastante irritados – a ponto de Bernardinho precisar acalmar os demais integrantes do staff técnico.
Quando os ânimos se acalmaram, os russos se animaram pela marcação da arbitragem e conseguiram abrir dois pontos de vantagem, e Bernardo Rezende pediu tempo técnico com 7/5 no placar. Melhores no jogo, os russos mantiveram a diferença no placar nos pontos seguintes. Sem reação, o Brasil deixou a vitória escapar por entre os dedos e viu os rivais finalizarem em 15 a 11, faturando o segundo título da sua história na competição mundial de seleções.