Marcus Eduardo Pereira
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Em praticamente todas as competições de alto porte que acontecem no autódromo Nelson Piquet, o discurso dos pilotos é o mesmo: o traçado é muito bom, mas a qualidade estrutural deixa a desejar. E na Fórmula Truck, que fechou a temporada de 2012 em Brasília, não foi diferente.
Quem não economizou nas palavras foi o piloto Geraldo Piquet. Filho do tricampeão, que dá nome ao autódromo, Geraldo disparou para cima do governo. “Eu vivo neste autódromo desde 1995 e a reforma que teve aqui foi quando meu pai esteve na administração. Desde então não foi feito nada. Se não tiver investimento não tem condições”, detonou.
Piquet ainda mostrou um pouco de noções de economia ao apontar qual investimento necessário. “Somos o país do futebol. O estádio a cem metros daqui foi construído com quanto? Mais de um bilhão? Aqui você reforma o autódromo com 10 milhões. Falta investimento?”, desabafou.
Quem também reclamou das condições do autódromo foi Felipe Giaffone, vice-campeão da Truck. “As áreas de escape são antigas, o asfalto é velho, os boxes não mexem, ele parece estar meio largado”, avaliou o piloto.
Reformas ainda sem data marcada
Em resposta as novas críticas ao Autódromo Nelson Piquet, a Secretaria de Esportes do Distrito Federal informou à reportagem que a reforma prevista para iniciar até o fim desse ano está atrasada.
Em outubro, o órgão já havia adiantado ao Jornal de Brasília que o GDF havia encomendado um estudo para a reformar do autódromo. A intenção é colocá-lo no cenário internacional, com provas da Moto GP e da Fórmula Indy.
Entretanto, um documento para o início da licitação, que estava planejado para ser assinado até o fim de novembro, foi adiado. O órgão ainda informou que não há data prevista para a essa assinatura.
A estimativa do custo das obras para o autódromo gira em torno de R$ 200 milhões.