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Atletas superam a paraplegia e acham no lago nova forma de diversão

Arquivo Geral

07/08/2014 8h00

Foto: Matheus OliveiraUm acidente de moto há dez meses transformou a vida do advogado Vinícius Theodoro. O que pode virar um pesadelo para qualquer um, ele transformou em volta por cima: superou a paraplegia e hoje integra o grupo de 11 atletas especiais do programa Vela Para Todos.

Duas semanas de contato com o Lago Paranoá foram suficientes para despertar o espírito aventureiro do novato. Antes do acidente, ele fazia loucuras com a moto. Agora, sente a adrenalina dos ventos e das curvas bruscas que a vela adaptada pode fazer. “O barco não é mais legal que a moto nunca nessa vida, mas é outro tipo de aventura, outro clima, tudo novo”, destaca. 

Ele e o colega de esporte Patrick Agnes estão procurando oportunidades para seguir carreira como atletas, enquanto não recuperam os movimentos das pernas. Patrick foi atingido por um policial civil abaixo do peito e há um ano e oito meses não sabe mais o que é caminhar. Em fisioterapia constante, ele sonha voltar a andar, mas, até lá, ocupa a mente com outros esportes.

“Quando eu andava, fazia de tudo o que você imaginar. Agora que tenho minhas limitações, procuro fazer o que dá, só não gosto de ficar parado em casa para não pensar besteira. Se é assim que estou, é assim que vou levar a vida”, explica o vigilante. 

Quase igual

A embarcação usada pelo grupo Vela Para Todos é menor que a convencional e dispõe de uma espécie de joystick que auxilia o atleta na manutenção dos equipamentos. A haste horizontal é inclinada de modo que o atleta com pouca movimentação não seja atingido na cabeça. Além disso, todos os oito barcos que a Federação tem são de cores diferentes para facilitar o acompanhamento do professor e do coordenador técnico da entidade Bruno Pohl.

Preferência

De acordo com ele, os mais disputados são o verde e o rosa, por lembrarem os marca textos usados na época da escola.

Saiba mais

Quem for deficiente físico e se interessar pelo esporte pode procurar a página do Facebook: Núcleo de Vela Adaptada de Brasília e se inteirar mais do assunto sobre as inscrições.

O aspirante a atleta não precisa desembolsar nenhuma quantia em dinheiro para praticar a vela.

De acordo com o coordenador técnico da Federação, Bruno Pohl, a própria entidade e o Comitê Paralímpico arcam com as despesas do esporte.

Além disso, a Federação conta com o projeto Corrente do Bem, onde atletas e empresários doam embarcações velhas e Bruno troca algumas peças e as usa para a manutenção das mais novas. Ele mesmo é o mecânico dos barcos.

Dois anos foi o tempo de espera para a chegada dos oito barcos doados pelo governo da Austrália que se sensibilizou com o projeto e decidiu ajudar de alguma forma.

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