Natasha Dal Molin
Especial para o Jornal de Brasília
Uma arena de gladiadores. Era essa a atmosfera no Monstar Games, realizado no Ginásio Nilson Nelson no fim de semana. Nos últimos três dias, 780 atletas dos Estados Unidos, Brasil e países vizinhos suaram muito na maior competição de CrossFit da América Latina.
O grande Box – como é chamado o espaço para a prática da modalidade – foi montado na quadra do ginásio esportivo para as competições, divididas em categorias masculina e feminina, individual e em equipe e nos níveis iniciante, intermediário e avançado.
“O evento está sendo mais uma vez um sucesso, por isso pensamos em expandi-lo. O maior trunfo para esses atletas não é vencer do outro, mas superar os próprios limites”, afirma Leandro Chaer, um dos organizadores do Monstar Games.
O CrossFit é um programa de treinamento de força patenteado, que mistura atividades aeróbicas ginástica olímpica e exercícios de musculação. Tudo feito em alta intensidade e de forma variada.
Estimativas do setor o apontam como o esporte amador que mais cresce nos Estados Unidos desde 2008, por causa de suas características, como o dinamismo e a superação pessoal. Seus criadores defendem que ele pode ser praticado por pessoas de qualquer idade e nível de condicionamento físico.
No Brasil, o crescimento maior da modalidade foi no último ano, quando começaram a surgir vários locais de treinamento – atualmente são 18 espalhados pelo DF.
Personal trainer da modalidade em Miami, o professor de educação física Sérgio Alcântara explica que, apesar do clima de competição no evento, a maioria dos atletas gosta é de se superar. “Cerca de 99% das pessoas que praticam CrossFit nem pensa em competir. O legal é ver o corpo se desenvolvendo e o aumento das habilidades”, comentou.
Festa de todos os cantos
O evento teve três dias de duração até a final, no domingo. Isso exigiu dos atletas participantes um treinamento específico para a competição com o objetivo de evitar lesões e claro, tentar ganhar o campeonato.
O atleta George Burlamaque, da Oxen CrossFit, de Brasília, conta que a equipe treinou por três meses para a competição. “Isso envolve todo um trabalho de alimentação e preparação física”, explica.
Ele e os colegas Raul Maroja e Spilios Garaki estavam na final. “Hoje foi um dos dias mais difíceis, com uma carga elevada e explosiva, além de um aeróbico muito pesado”, conta Spilios. Raul destaca que mais do que apenas ganhar, se superar também é uma meta.
Vários stands comercializavam roupas e equipamentos da modalidade, e na arquibancada, a plateia estava muito animada. E a torcida como da publicitária Maria Carolina, 28 anos, veio de Caxias do Sul acompanhar a performance do namorado.
“Eu nunca tinha viajado para acompanhar uma competição de CrossFit e estou amando. É muito contagiante. Além disso, dá pra perceber a dimensão do esporte, que é praticado no mundo todo”, diz.