Devidamente equipados e prontos para o treino, os atletas paralímpicos de basquete da Comissão Jovem Gente como a Gente, em Planaltina, se aqueciam aos comandos do assistente técnico Tomaz Francisco. A visível tranquilidade ao “brincar” com a bola é uma cena moderna neste esporte.
Criado em 1965, o time candango disputa atualmente a primeira divisão do Brasileiro e é prova concreta da evolução. Reforçada de um forte patrocinador, a equipe conta com manutenção constante das cadeiras adaptadas e troca de pneus, que custam, em média, R$ 180.
“Os pneus são aqueles bem finos e o grande problema é que desgastam muito fácil. Nesta quadra aqui, por exemplo, se o atleta treinar por 15 vezes, o pneu já precisa ser trocado”, explica Tomaz.
Se a preocupação com os equipamentos foi reduzida, o mesmo não se pode dizer com a falta de um lugar fixo para treinar. Remanejados da escola em que frequentavam, por motivo de obras, os 22 atletas – 14 masculinos e oito femininos -, por enquanto, usam o espaço do Centro de Ensino Especial 01 de Planaltina.
“Saímos de lá em novembro e até agora nada. Já jogamos em tantas escolas por aqui e nunca fixamos em uma só”, conta Tomaz.
Histórico
O basquete em cadeira de rodas foi a primeira modalidade paralímpica a ser praticada no Brasil, em 1958. No Para-pan-americano, em Mar Del Plata, em 2003, a seleção canarinho masculina garantiu vaga para Atenas, em 2004. Já as mulheres participaram dos Jogos de Atlanta, em 1996. Em 2007, no Parapan do Rio, o Brasil conquistou o 4º lugar no feminino.

“O difícil é conseguir tirar o deficiente de dentro de casa. Às vezes o acidente aconteceu há pouco tempo e ele ainda não o superou”. José Nilmar, atleta
ENTENDA O ESPORTE
Adaptações do basquete de cadeira de rodas
A modalidade é praticada por atletas de ambos os sexos que tenham deficiência físico-motora, sob as regras da Federação Internacional de Basquete em Cadeira de Rodas (IWBF). Todas as cadeiras são padronizadas.
A cada dois toques na cadeira, o jogador deve quicar, passar ou arremessar. As dimensões da quadra e a altura da cesta são idênticas as do basquete olímpico.
Os jogadores podem usar faixas e suportes que os mantenham presos à cadeira. No cartão de classificação do atleta deve indicar o uso de próteses. Pneus pretos, aparelhos de direção e freios são proibidos.