O Brasil não conquistou medalhas no atletismo nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, nem no Mundial da modalidade de Moscou, na temporada passada. Para tentar mudar este panorama, a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) e o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) lançaram o Programa de Preparação Olímpica que tem investimento anual de aproximadamente R$ 27 milhões.
O objetivo é capacitar os atletas brasileiros já em destaque a brigar por medalhas nos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro-2016 e teve início após o Mundial de Moscou-2013. O programa já promoveu o treinamento de atletas do revezamento 4x100m feminino em Miami e campings de atividades do 4x400m masculino com assessoria do norte-americano Michael Johnson, dono de quatro ouros olímpicos.
“Modalidades que conquistavam medalhas e deixam de conquistar criam um ponto de atenção. Eu olho quem ganha a medalha e preciso continuar com isso para manter os resultados, mas tenho uma atenção triplicada com quem não conseguiu ganhar”, explicou o gerente geral de Performance Esportiva do COB, Jorge Bichara.
Nos Jogos Olímpicos de Londres-2012, o Brasil levou 36 representantes no atletismo, mas alcançou participação apenas em três finais: com o revezamento 4x100m feminino, Mauro Vinícius da Silva, o Duda, no salto em distância, e Geisa Arcanjo no arremesso de peso. Foi a primeira vez desde Barcelona-92 que o País não conquistou medalhas na modalidade.
No Mundial de atletismo de Moscou-2013, a delegação nacional contou com 32 atletas e obteve seis finais, o mesmo número do que em Daegu-2011, quando Fabiana Murer conquistou o ouro no salto com vara feminino.
“Existia um planejamento desde os Jogos de Pequim-2008 e a gente está tentando ajustar porque a missão agora é bem maior. A necessidade é para o Rio de Janeiro e por isso a gente tem que fazer mais esforço ainda, redimensionar o trabalho e fazer um esforço enorme”, afirmou Antônio Fernandes, o Toninho, presidente da CBAt.
O Programa de Preparação Olímpica do atletismo contempla 42 esportistas de 11 provas. As de revezamento são as que exigem maior número de atletas e concentram mais de metade dos atendidos. No 4x100m feminino, são dez representantes. No 4x400m masculino, nove. No 4x100m masculino, oito.
O custo anual para o plano é de aproximadamente R$ 27 milhões com equipes multidisciplinares com médicos, psicólogos, fisioterapeutas, fisiologistas e treinadores nacionais e internacionais. O investimento é dividido entre o COB, a CBAt, por meio do patrocínio da Caixa, o Ministério do Esporte e recursos provenientes da Lei Agnelo Piva.