Nem bem garantiu o inédito bicampeonato mundial neste sábado, o meio-leve João Derly já estabeleceu sua próxima meta competitiva. Com vaga de titular na seleção brasileira para os Jogos Olímpicos de Pequim-2008 garantida, ele busca agora o pódio na China. “A medalha olímpica é o objetivo”, avisa, adiantando que o caminho até a concretização do projeto será longo e trabalhoso pela amostra que teve no Mundial do Rio.
“Senti que os atletas me estudaram bastante”, admite o judoca, que definiu três combates no golden score, a prorrogação do judô. Encarando esta situação, o gaúcho considera que conseguiu uma vantagem importante com a titularidade antecipada na seleção. “Vai ser diferente para mim porque geralmente (a definição) é muito perto (da competição). Vou ter bastante tempo para me preparar e chegar aos Jogos Olímpicos. Vou poder treinar bastante para variar e surpreender os adversários”.
Após enfrentar muitas dificuldades para encaixar seus golpes, que encontravam os adversários sempre em uma defensiva forte, Derly sentiu um sabor especial na conquista do bicampeonato em casa. “Mas com aquela torcida não dava para perder”.
Único campeão mundial nacional no início da competição, o gaúcho confessa se sentir aliviado agora que há outros com o ouro no currículo. “Fico feliz. Não queria nunca ficar sendo o único brasileiro campeão, ficava pressionado e agora não tem mais isso”.
A esta pressão Derly credita parte das dificuldades que enfrentou na competição e foi preciso o susto contra Sanjaasur Myaragchaa , da Mongólia, quando quase foi surpreendido. “Estava pressionado no início e não conseguia lutar. Com a queda contra o judoca da Mongólia foi que acordei”, lembra.
