Primeira mulher brasileira a conquistar uma medalha olímpica em esporte individual, o bronze, em 2008, a judoca Ketleyn Quadros tenta esquecer o fantasma de não ter participado dos Jogos de Londres (2012) e embarca para o exterior em busca da sua presença de fato em 2016, nas Olimpíadas do Brasil.
Cortada da delegação canarinha em 2012, Ketleyn viu sua vaga ser ocupada pela oponente brasileira, Rafael Silva (RJ) – segunda melhor do mundo – e assistiu pela televisão aos duelos da rival, enquanto recuperava-se das lesões no ombro e no joelho direito.
Mais preparada e experiente, a medalhista de bronze embarca para a França para um processo de adaptação, na quarta-feira (13), e depois tem destino certo para disputar o Mundial na Rússia entre os dias 25 e 31 de agosto, em Chelyabink. “Apesar de ter perdido a vaga, em contrapartida aprendi com os meus erros. Tenho um planejamento melhor e não é à toa que sou a quinta mais bem ranqueada no mundo”, afirma a brasiliense, que compete na categoria leve.
Os escolhidos
A Confederação Brasileira de Judô (CBJ) convocou os 18 melhores atletas da modalidade para representar o País na Rússia. A lista conta com três campeões mundiais: Rafaela Silva, Tiago Camilo e Luciano Corrêa; dois líderes do ranking Charles Chibana e Rafael Silva; e uma campeã olímpica: Sarah Menezes.
As mulheres tentarão repetir a campanha histórica do Mundial do Rio de Janeiro, no ano passado. Rafaela Silva busca o bicampeonato, depois de ter vencido em casa e se tornado a primeira mulher campeã do mundo do Brasil.
Érika Miranda e Maria Suelen Altheman foram prata em 2013, enquanto Sarah Menezes e Mayra Aguiar terminaram com o bronze. Ketleyn corre por fora.
Adversária principal “dentro de casa”
Por telefone, ao Jornal de Brasília, Ketleyn cita a palavra “experiência” e “recuperação” várias vezes. Além disso, não deixa de destacar o nome de quem mais apresenta riscos a sua presença, em 2016, a carioca Rafaela Silva.
Aos 26 anos, a judoca brasiliense diz que a rival pela vaga não terá vida fácil daqui para frente.
“A minha disputa não é só no ranking e, sim, com a Rafaela, que é a segunda melhor do mundo. A briga entre nós duas vai ser grande. Estou confiante, 100%, sem lesão nenhuma e com muito mais experiência”, desafia.
Por fazer parte da categoria mais disputada do esporte, Ketleyn conta com a diferença que fará nos mínimos detalhes do Mundial na Rússia.
“Nos últimos anos tenho feito um trabalho diferenciado, onde me baseio justamente nas dificuldades que tenho quando luto com minhas principais rivais. Isso pode fazer toda a diferença”, espera a atleta.
Além disso, ela aponta a força de vontade e a sede por medalhas que cresce desde 2012 como fator preponderante nos tatames do exterior.
“O judô foi amor à primeira vista e quero colocar toda essa minha garra no hora de competir. Hoje, sou uma das que mais viaja em busca de pontos para o ranking”, completa. (K.M.O.)