Aos 14 anos, um adolescente prepara-se para entrar no Ensino Médio e tem algumas ideias sobre quais cursos prestar vestibular. Mas o jovem Pedro Caland foge um pouco a essa regra.
De malas prontas para o Uruguai, ele embarca para a aventura mais emocionante da sua vida: ser o primeiro brasiliense a integrar a mais nova categoria de protótipos, a Fórmula 4 Sul-Americana. A primeira corrida da temporada é em 12 de abril, no circuito uruguaio de El Pinar, nos arredores de Montevidéu.
A categoria caminha para a segunda temporada da sua história e já tem um brasileiro como vencedor inaugural, Bruno Baptista. Ele subiu no lugar mais alto do pódio quatro vezes em 17 corridas, mas não desperdiçou chances de marcar pontos importantes em outras etapas.
Hoje, o campeão está na Europa para iniciar os testes de pré-temporada na Fórmula Renault 2.0 Alps, pela equipe Koiranen GP. “Assim como ele, eu também quero crescer. Estou bem nervoso, mas sei que vai dar tudo certo”, espera Pedro.
A F4 é chamada de “o segundo passo após o kart” e é um trampolim para revelar jovens pilotos no automobilismo mundial. Na semana passada, a categoria continental fechou um acordo com a equipe italiana Cram – uma das mais tradicionais do automobilismo europeu – que dará ao campeão da temporada 2015 um dia de testes na Fórmula Renault 2.0 Alps, numa pista a ser definida na Europa.
A categoria tem sede no Uruguai e as corridas são realizadas na Argentina, Uruguai e Brasil. A terceira etapa, por exemplo, será em solo brasileiro, no Autódromo Internacional de Guaporé (RS), em 21 de junho.
MESMO NÍVEL
Por ser um campeonato novo, Pedro acredita no nivelamento dos oito pilotos inscritos na primeira prova. “É uma estreia para todo mundo e é aí que eu vou tentar tirar vantagem, mas sei que os oponentes vão dar o sangue para conseguir a vitória. Vai ser difícil”, complementa o estudante.
Ele é o único competidor brasileiro inscrito na temporada 2015 até agora.
Curiosidade
O mais novo do grupo
1Idade mínima: para fazer parte do grid da F4 Sul-Americana, o piloto deve ter, no mínimo, 15 anos.
2 Quase não entra: Pedro Caland tem 14, mas completa 15 em maio deste ano. Então o brasiliense não terá problemas para correr.
3 O campeonato: será realizado em dez eventos com duas corridas por fim de semana. O último terá o dobro de pontos.
“Experiência” pode ajudar
Pedro Caland não faz a mínima ideia de como é o seu carro. Desde o fechamento do contrato com a Sudam, na terça-feira da semana passada, o brasiliense segue treinando nos kartódromos de Brasília, mas só terá o primeiro contato com o protótipo em 24 deste mês.
“Isso é ruim, mas vou ter muito tempo para treinar a até o dia da corrida. Vou pegar o jeito”, confia o piloto. Ele espera fazer uma estreia tão boa quanto ao conterrâneo Felipe Nasr, no primeiro Grande Prêmio da Fórmula 1, no último domingo.
Mas esta não é a primeira vez que Pedro terá contato com um monoposto. Ele já participou de algumas sessões de testes a bordo de um carro da Fórmula 1.8, em Brasília, e também da Fórmula Júnior, no Rio Grande do Sul – a Júnior, inclusive, era o “plano B” do estudante, caso a F4 não desse certo.
“Os carros podem ser bem diferentes, mas eu tenho alguma noção do que fazer quando chegar lá”, acrescenta.
