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Brasília

PMDF forma nova turma de cinotecnia: parceria entre policial e cão contra o crime

Após três meses de treinamento, 21 dos 32 policiais inscritos concluem o curso. Bikerrepórter participa de simulação e mostra como é ser perseguido pelos cães

Afonso Ventania

12/11/2025 15h18

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Foto: Afonso Ventania/Jornal de Brasília

Lealdade, disciplina e confiança. Esses são os pilares que sustentam o trabalho dos heróis de quatro patas da Polícia Militar do Distrito Federal. No Batalhão de Policiamento com Cães (BPCães), uma nova geração de policiais se prepara para atuar ao lado dos cães que fazem toda a diferença nas ruas da capital federal. 

A turma do 39° Curso de Cinotecnia da corporação, que se forma nesta quinta-feira (13/11), marca o fim de uma jornada de três meses de intenso treinamento físico, técnico e emocional. Dos 32 policiais (trinta militares e dois integrantes da Polícia Penal) que iniciaram o curso, 21 concluíram com sucesso.

Durante a formação, os alunos mergulharam no universo da relação entre homem e animal. Aprenderam sobre comportamento canino, abordagem policial, condução de viaturas, técnicas de adestramento, patrulhamento, localização de entorpecentes e armas de fogo, detecção de explosivos, busca e captura de criminosos. Tudo para desenvolver a sintonia necessária entre o policial e seu parceiro de quatro patas.

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Foto: Afonso Ventania/Jornal de Brasília

No campo de treinamento, os aprendizes testam os limites da confiança. Os cães demonstram precisão e agilidade em exercícios de busca, apreensão e perseguição, enquanto seus condutores reforçam a calma e o comando. O resultado é uma coreografia de obediência e respeito.

“O curso operacional de cinotecnia é a porta de entrada do batalhão de cães para nos nossos policiais. O aluno aprende que o cão é um parceiro de trabalho e como conduzi-lo. A relação é baseada em confiança, paciência e respeito. Um não existe sem o outro”, explica o comandante do BPCães, tenente-coronel Marcos Henrique. O oficial acrescenta que o policial sai do curso totalmente habilitado para “operar os cinco níveis de resposta da PMDF”. 

Mesmo com as dificuldades e desafios do curso, a formatura representa mais que uma conquista profissional, é a realização de um sonho e o símbolo de uma nova forma de enxergar o trabalho policial.

“É um curso curto, mas muito intenso. Dormimos pouco e precisamos controlar nossas emoções para trabalhar com o cachorro e passar bem os comandos que aprendemos durante as aulas. Desde que entrei na PMDF eu desejava entrar no canil”, conta a soldado Neres. 

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Foto: Afonso Ventania/Jornal de Brasília

Simulação na mata

O bikerrepórter do Jornal de Brasília, Afonso Ventania, acompanhou um dia do treinamento dos alunos no curso de cinotecnia que aconteceu no BPCães, no Setor Policial Sul. Durante a manhã, os policiais tiveram aulas teóricas e, à tarde, participaram de treinamento prático em uma mata de Cerrado próximo ao batalhão. 

A convite do comandante Marcos Henrique, o bikerrepórter aceitou participar de uma simulação em que se passaria por um criminoso escondido na vegetação a ser localizado pelos cães e pelos tutores. Para isso, o jornalista precisou deixar uma peça de roupa para que os cachorros farejassem o cheiro para localizá-lo. Os policiais explicaram que o repórter teria 10 minutos para encontrar um esconderijo e, só então, eles partiriam para a busca. 

O treinamento começou no fim de tarde e se estendeu até o início da noite. Os cães farejaram o cheiro da roupa entregue no início do treinamento e, depois de cerca de 20 minutos, localizaram Afonso Ventania em um arbusto. “Mesmo sendo uma simulação, senti a adrenalina circulando pelo corpo e procurei um bom esconderijo. Mas é impossível se esconder desses animais tão bem treinados. E, mesmo sabendo que se tratava de um treinamento, é muito desconfortável ser perseguido e receber voz de prisão”, relata Afonso, com bom humor e todo sujo do barro vermelho do Cerrado. 

O comandante do BPCães reforça o orgulho da corporação com cada turma formada. “A cada turma que se forma, a PMDF ganha profissionais mais preparados e cães ainda mais bem treinados. É um reforço valioso para a segurança pública do Distrito Federal.”

Ao final do dia, entre latidos, comandos e olhares atentos, fica evidente que a cinotecnia é muito mais do que uma técnica. É a arte da confiança mútua.
E no BPCães, cada missão começa com um simples gesto: um olhar que diz tudo entre o policial militar e seu fiel companheiro.

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