O projeto de lei Antifacção, aposta tanto do governo quanto da oposição para combater o crime organizado, teve sua votação adiada na quarta-feira (12). E esse adiamento, por incrível que pareça, foi uma articulação conjunta do governo e da oposição.
Nenhum dos lados na disputa política brasileira gostou da última versão – a quarta – do relatório do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) para o projeto. E aí se encerra a verdadeira discussão. O debate que acontece em Brasília não é exatamente sobre segurança pública: ele é sobre a eleição presidencial do ano que vem.
Derrite foi colocado como relator numa articulação do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, que é do mesmo partido que ele e tem pretensões presidenciais. Mas essa articulação atropelou tanto os interesses do governo quanto o de outros governadores que estão na mesma corrida pelo Palácio do Planalto. Com tantos interesses contrariados, a votação do projeto foi adiada. Com explica Rudolfo Lago no JBrNews de hoje.