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Cinema com ela
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O terreno maldito de Hollywood: adaptações de games

Arquivo Geral

18/03/2018 21h08

Divulgação

Adaptar filmes, livros e jogos sempre foi um desafio. Até porque o roteirista terá que levar à tela, uma história nunca vista pelos fãs no intuito de democratizar um filme. Porém, sintetizar diversas concepções em apenas um filme é diametralmente tão complicado quanto agradar aos fãs.

Entretanto tudo tem seu início, que por sinal, já é conturbado. Em 1993, Hollywood fez um esforço memorável em esnobar os games lançando Super Mario Bros, estrelado por Bob Hoskins no papel do bigodudo favorito da cultura pop. Não é preciso argumentar muito, basta conferir um clipe ou outro na internet. Não tardou para que o sub-gênero virasse sinônimo de caça-níqueis, uma vez que com estas adaptações, o cinema americano conseguiria que um novo público migrasse para as salas de cinema.

Mesmo com o insulto citado acima, a perseverança venceu e anos mais tarde, em 1995, surgiu o mediano Mortal Kombat. Dividido por muitos, o longa-metragem dirigido por Paul W.S Anderson foi considerado uma das melhores adaptações de games na época, mas sem qualquer parâmetro de comparação, um resultado mediano pode ser considerado vitorioso. A degringolada foi testada com a sequência: Mortal Kombat – Aniquilação, e a partir daí, ladeira ainda mais abaixo.

Em 2001, mais um fiasco, o que tornou Angelina Jolie uma estrela Classe A de Hollywood, Lara Croft – Tomb Raider. Sucesso imediato de bilheteria, não demorou muito para atriz estrelar a sequência em 2003. Apesar da semelhança com a protagonista sexy dos jogos, faltava muita coisa, entre elas o mais essencial: a diversão de ser a arqueóloga.

No ano seguinte, em 2002, Paul W.S Anderson consegue, de novo, com um resultado mediano, adaptar a franquia Resident Evil que futuramente se tornaria piada pronta em formato cinematográfico com as inúmeras sequências equivocadas. Coragem admirável em respeito aos fãs.

Com toda essa preocupação em bilheterias, a subestimação dos produtores diante do público mudou quando as adaptações eram realizadas por desconhecidos com resultados tenebrosos. Sim, isso foi uma indireta ao Uwe Boll com os lastimosos Alone in The Dark e BloodRayne.

Por isso, diretores mais elogiados pela crítica ganharam espaço com os longas-metragens como Warcraft – O Primeiro Encontro de Dois Mundos e Assassin’s Creed, dirigidos pelos respeitáveis Duncan Jones (Lunar e Contra o Tempo) e Justin Kurzel (Macbeth), respectivamente. Vale o esforço, mas ainda sim não quebra essa maldição de adaptar games.

O prometido da vez em mudar esse contexto é Tomb Raider, estrelado pela oscarizada Alicia Vikander (Ex-Machina e A Garota Dinamarquesa). Infelizmente o empenho físico e emocional da estrela não será o suficiente para amenizar o desastre que esta nova película é. Quem jogou sabe: enxugaram tanto a história original – mesmo com alguns easter eggs vergonhosos, personagens e cenários idênticos ao jogo – que a história sempre deixa o espectador esperando por uma reviravolta. Sugiro esperar sentado, pois de pé irá cansar.

O desgaste é ainda maior pois toda a esperança de ver alguma adaptação boa de games afunda do mesmo jeito que os destroços que Lara Croft luta (literalmente e emocionalmente) para sobreviver.

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