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Prazeres do vinho

Sommèliere Ana Clara Carvalho indica três espumantes para o Réveillon

Para entrar no novo ano com o pé direito, as pessoas recorrem a várias tradições, como pular sete ondas, usar as cores da sorte e também apreciar um bom espumante na festa de Réveillon.

Redação Jornal de Brasília

30/12/2019 12h17

O mês de dezembro é sempre cheio de comemorações, e a virada do ano é uma das mais esperadas. Seja por tradição ou superstição, essa época vem carregada de rituais de passagem e simbolismos. Para te ajudar na escolha, a sommèliere Ana Clara Carvalho separou três sugestões para quem deseja investir na bebida. Confira:

1 – Champagne Cristal Louis Roederer Brut (R$ 2.490)

Símbolo de nobreza. Nasceu em 1876 o primeiro champagne prestige do mundo. Seu diferencial, além da finura no paladar era uma garrafa feita toda em cristal de vidro transparente, que deixava o líquido ser contemplado visualmente. Foi um pedido especial do czar Alexandre II, naquela época champagne era a bebida mais consumida na Rússia e ele pediu para o seu maior fornecedor, a Roereder que fizesse uma garrafa que representasse a Rússia.

Contemplar seu precioso líquido com um cuvée especial. Criaram um vinho diferente, com uvas de sete vinhedos Grand Crus, produzido apenas em anos extraordinários. Uma outra versão da história, menos romântica, diz que o czar temia atentados a bomba, por isso a garrafa transparente. Cristal é um corte de Pinot Noir e Chardonnay, uma pequena parte, cerca de 20% passa em carvalho, o que traz elegância e estrutura ao vinho de champagne.

Não me esqueço a primeira vez que tomei Cristal, incrivelmente fresca e absurdamente linda, me confundi entre suas notas que se contradiziam em uma explosão sensorial. Tem um bouquet lindo e extrema finura. Sem dúvida uma escolha incrível, cheia de luxo para começar seu ano com o pé direito.

2 – Champagne Michel Reybier (R$ 604,80)

Me apaixonei por um champagne que conheci há pouco tempo, da casa um celebrado Grand Cru Classé do Médoc, o Cos D’Estournel, este vinho feito em Bordeaux é conhecido como o vinho mais asiático produzido na França. O motivo é sua arquitetura inusitada com pagodes, portais, unicórnios, leões, elefantes indianos e construções persas.

Mais ao Norte em Champagne este produtor exótico, místico e impecável, produz Champagne. Seu vinho espumante é envelhecido em madeira antes da segunda fermentação. O que traz um caráter rico e cremoso. Notas cítricas de frutas azedas como maçã, limão siciliano e pão tostado inebriam o olfato e deixam a vontade de um gole a mais.

No seu rótulo novamente o elefante indiano aparece, trazendo graça e simbolismo. Ele representa a força da mente, sabedoria, boa sorte e prosperidade, simplesmente tudo a ver com ano novo e o início de um novo ciclo. Não acham?

3 – Espumante Cheti com ouro (R$ 105)

Outro rótulo que acredito ter tudo a ver com o Réveillon, não é exatamente caro, mas sobra glamour. É um espumante nacional, que nasceu da proposta de uma empresária brasiliense de trazer glamour e alegria às nossas taças. Seu nome surge cheio de significado “Cheti Chand” é um importante festival que celebra o ano novo mundo afora, no Egito Cheti é o Deus do Mistério e no horóscopo xamânico é conhecido como Águia Vermelha. É neste emaranhado de significados místicos que nasce uma estrela nacional.

O espumante feito na Serra Gaúcha vem com ouro comestível dentro da garrafa. É simplesmente lindo na taça, enche os olhos e vem aquela sensação de poder (um pouco esquisito, mas já se imaginou bebendo ouro? Insha’Allah!). Feito com as uvas Chardonnay, Viognier e Trebbiano. Matura por Sur Lie (sobre as leveduras) por 120 dias, este processo agrega elegância e cremosidade ao vinho.

Sobre Ana Clara Carvalho

Em 2001, aos 19 anos, iniciou sua trajetória profissional como hostess na rede Fasano. Trabalhou nas cozinhas do Gero Caffe, Armani Caffe, Forneria San Paolo e Gero Jardins. Formou-se em 2003 na Associação Brasileira de Sommeliers de São Paulo e trabalhou na Terroir Importadora, que ficava dentro do Bar des Arts (restaurante do Giancarlo Bolla). Tempos depois voltou para a rede Fasano como maitresse e sommélièr, onde ficou por onze anos (Gero Caffe, Armani Caffe, Foneria San Paolo, Forneria Daslu e Gero Brasília). Fez cursos com o sommelier Gianni Tartari e Manoel Beato. Já em Brasília, passou pelo Parrilla Madrid e MM representações. Atualmente, faz parte da equipe do restaurante A’ Mano e assinou a carta de vinhos do restaurante Contê Food & Drinks. Em breve, lançará seu e-commerce Dionísia Vinhos.

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