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Gastronomia

Menu enxuto e empatia são caminhos para a gastronomia

Luciana Barbo

23/08/2020 12h21

Atualizada 27/10/2020 23h57

Cinco meses depois de sermos pegos pela pandemia da Covid-19, algumas tendências já apontam caminhos para a gastronomia. O primeiro deles é que o minimalismo vai tomar conta de cozinhas e cardápios daqui para frente. Já tenho falado sobre isso há uns 3 meses, observado a movimentação de restaurantes dentro e fora do país. Quem continuar atuante, precisará otimizar insumos, tendo em vista que não há margem para estoques grandes e, consequentemente, dinheiro parado e que pode simplesmente ir para o lixo.

A reformulação nos modelos de negócio, especialmente para reduzir custos operacionais, como aluguel e folha de pagamento, também é certa. Quanto mais cedo se fizer esse enxugamento, mais chance de sobreviver. Não é para esperar a pandemia passar, é para fazer já! A realidade que conhecíamos antes dessa doença, que já matou quase um milhão de pessoas e muitos negócios de alimentação, não voltará.

Empatia

Para os consumidores, também vale pontuar um novo comportamento, em que reine a empatia. Tenho ouvido muitas reclamações de donos de restaurantes sobre a intolerância dos clientes, seja no ambiente físico ou virtual. Pessoas que se recusam a usar máscaras ou a ficar afastadas umas das outras. Gente exaltada no WhatsApp e no telefone, sem paciência para esperar dois minutos para ser atendida. Cliente que não lê as mensagens e pergunta a mesma coisa que já foi explicada antes. O que é isso, gente? Vamos nos lembrar de que estamos juntos nessa! Eu nem precisaria lembrar aqui que boa educação é o princípio do convivio em sociedade, então, vamos cooperar com quem está se arriscando para nos atender?

Se o seu prato favorito saiu do cardápio, seja compreensivo com esta nova situação. Provavelmente, ele era pouco rentável para o empreendimento, por ser elaborado com insumos muito caros ou extremamente perecíveis. A solução é escolher outra opção e continuar contribuindo para a sobrevivência do restaurante de sua preferência. Senão, ele vai fechar e você vai passar a vida com saudade daquela comida.

Empatia também vale para a questão do atendimento. As equipes estão menores e, por mais que sejam treinadas, há bastante pressão e incerteza permeando a mente dessas pessoas, fora o acúmulo de trabalho. Seja simpático, afinal, você pode ter a opção de sair de casa. Eles, talvez não.

Vamos construir uma sociedade melhor e mais tolerante?

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