Brasília tem alguns lugares que me encantam. Um deles é, sem dúvida, o Brasília Palace Hotel. Gosto do minimalismo do projeto de Niemeyer, das peças de Athos Bulcão, do enorme gramado e da piscina oval. Outra coisa que me chama a atenção é o restaurante, que mesmo com mais de uma década de idade, continua atual.
Coisas de Washington Fiúza, arquiteto que o projetou e escolheu uma paleta em preto e branco, que nunca sai de moda. Adoro essa sensação de não ser datado, fugaz. Gosto do piano, colocado bem no meio do salão, da fina cortina que o envolve e da placa de vidro que não deixa o vento entrar. E, claro, das imagens do Clausem Bonifácio nas paredes côncavas.
Memórias
A casa já foi palco de jantares memoráveis. Lembro-me de um com o Laurent Suaudeau, quando era consultor da casa, e outro com Claude Troisgros, que precisou de edição extra, tamanha a procura. Também fiz ali entrevistas com esses chefs franceses, ícones da gastronomia brasileira. É fato que restaurantes de hotel costumam afugentar a freguesia, mas esse aqui tem apelo incomum.
Desde que assumiu a administração da operação, há 10 anos, a direção do hotel tem trabalhado para reforçar a inspiração na gastronomia italiana, menu após menu. O atual, que acaba de entrar em cartaz, tem mais que novos pratos. O comer com os olhos foi reforçado por uma nova identidade visual, que ressalta o mármore, pedra usada em grande parte da área construída do local, e no verde dos jardins.
O cardápio
Para iniciar a refeição, vale provar o couvert (R$ 16, por pessoas) composto por pães de fermentação natural e grissinis folhados, elaborados na casa. Acompanham as fatias uma pastinha de tomates bastante suave e um azeite com alhos confitados e ervas. Dá para comer muito, sem sentir.
Confira aqui o menu completo.
Para a entrada, escolhi o polvo em cubos, tomate cereja, rúcula ao azeite e vinagre balsâmico (R$ 34), que vem morninho e estava muito bem temperado. Não fosse alguns pedaços um pouco mais rígidos, estaria perfeito em sabor, aroma e textura.
Mas o prato seguinte compensou o escorregão. O risoto de arroz negro (R$ 90) vem com frutos do mar camarão, lula, polvo (aqui perfeito) e mexilhão, com um leve toque cremoso, que não brigou com o sabor acastanhado do cereal. Fiquei curiosa com o involtini de linguado, aspargos frescos, espaguete de pupunha e azeite de ervas (R$ 64).
Para quem está em dias de dieta é uma boa pedida. E quem não está, pode se deliciar com a tortinha bem servida que combina banana e chocolate (é uma das minhas misturas doces favoritas), num jogo de acidez e dulçor interessante. Sai a R$ 28 e pode ser compartilhada por duas pessoas.
E ainda tem o clássico da gastronomia italiana da foto abaixo, o tiramisù (R$ 32), mousse de queijos brancos com calda de frutas vermelhas (R$ 34), semifredo de amêndoas carameladas com calda de café (R$ 28) e sorvetes da casa (R$ 22), de chocolate, caramelo, pistache e coco (esse sem lactose).
O menu traz ainda várias opções de saladas, massas artesanais, carnes, peixes e sopas (para quem ama tomar sopa no almoço em dias chuvosos, como eu, fica a dica). Acesse essa matéria no nosso site para ver o cardápio completo com todos os preços).
Ah, reserve um tempinho para dar uma caminhada pelo gramado, antes de voltar ao trabalho ou para casa. Se possível, tire os sapatos. É salutar.
Serviço:
Restaurante Oscar
Brasília Palace Hotel – SHTN Trecho 1
Informações: (61) 3306-9000
Funciona de segunda a sexta, das 12h às 15h e das 19h às 23h. Sábados e domingos, das 12h30 às 16h e das 19h às 23h.