Menu
Gastronomia

Aproveite a quarentena e devore livros de gastronomia

Selecionei algumas publicações da minha estante, que me acrescentaram muito conhecimento e referenciais de boa comida  

Luciana Barbo

11/05/2020 7h28

Atualizada 28/10/2020 0h18

A quarentena tem me feito pensar muito em sobre o que é a gastronomia e o que ela representa em nossas vidas. Sem dúvida nenhuma, a comida é muito mais do que ingredientes e o que se vê dentro do prato. 

Muitas pessoas dizem gostar de comida e como não se deliciar com tantos aromas e sabores? Mas por trás de modos de preparo e de preferências pessoais, há muito mais envolvido. Conhecer os meandros da gastronomia não só é cultura como muita bagagem para embasar conversas com os amigos e posts nas mídias sociais.

O primeiro livro que comprei, logo quando comecei a minha trajetória no jornalismo gastronômico, foi o Pequeno Dicionário de Gastronomia (Ed. Objetiva), de Maria Lucia Gomensoro. Acredito que esta seja uma obra indispensável para quem ama o assunto. Em mais de 400 páginas, a autora descreve 3,7 mil verbetes, de A a Z. Esta publicação foi importantíssima para tirar as minhas dúvidas sobre a grafia de certas comidas, especialmente das massas italianas, que eu nunca sabia se tinham as letras c e l duplicadas ou não. Também para me esclarecer sobre a composição clássicas de pratos e molhos. Vez ou outra, quando sobra tempo, abro páginas aleatoriamente e leio verbete por verbete, é uma delícia. Pode ser encontrado no Submarino, por R$ 172.

A vida de quem trabalha em restaurantes não é fácil e rende muitas histórias, por vezes hilárias, por outras, perrengues pra lá de estressantes. Algumas muito inusitadas foram contadas no livro Chame o Chef (Ed.Ediouro), escrito originalmente por Witherspoon e Andrew Friedman com “causos” de chefs como Ferrán Adrià, Daniel Boulud, Jamie Oliver, Anthony Bourdain e Heston Blumenthal. A edição nacional contou com a maestria de Luciana Fróes e o relato de cozinheiros como Danio Braga, Claude Troisgros, Felipe Bronze, Felipe Bronze e Flávia Quaresma. Roberta Sudbrack, por exemplo, conta como salvou duas refeições para pessoas muito importantes: o então primeiro ministro da Inglaterra, Tony Blair,  e o então presidente da Itália Carlo Ciampi. A leitura é gostosa e, por vezes, hilária.  Pode ser encontrado na internet, em sebos virtuais, a partir de R$ 19.

Michael Pollan é um pensador da arte de cozinhar, defensor da comida raiz e combatente da comida industrializada. Em Cozinhar: uma história natural da transformação, ele se desafiou a colocar a mão na massa, testando técnicas e ingredientes. E diz que perdeu peso e se tornou mais sociável, convidando amigos para comer o que ele preparava. A obra questiona o fato de nós falarmos muito mais hoje sobre comida, mas, em contrapartida, estamos cada vez menos na cozinha. Em quatro capítulos – fogo, água, ar e terra – Pollan propõe que devemos tornar o comer em ato político por acreditar que a escolha dos alimentos influencia a agricultura e tira das mãos da indústria algo que é extrema importância para nós, a saúde. Os anexos trazem quatro receitas e indicações de livros de gastronomia. O livro pode ser encontrado na versão para Kindle por R$ 31 na Amazon.com. Quem não tem o hábito da leitura, mas não desgruda os olhos da TV, pode conferir a série Cooked na Netflix, baseada na publicação e com Pollan como protagonista. 

A última indicação é de um livro que encontrei por acaso. No dia, queria comprar uma obra famosa de um chef brasileiro, mas comparando o preço e conteúdo, achei que este seria uma pechincha, embora a versão seja em inglês. Em mais de 500 páginas em tamanho A4, A Day at elBulli traz os processo criativos que faziam parte do cotidiano do restaurante, considerado várias vezes o melhor do mundo.

A obra detalha, inclusive, o menu com anotações do próprio Ferrán Adrià. A descrição começa às 6h15 da manhã, mostra a trajetória em busca dos ingredientes, a rotina de testes pela manhã, o pré-preparo, o serviço, até chegar à partida dos últimos comensais. Uma aula maravilhosa em que é possível até imaginar o sabor de cada prato desse restaurante que fez história. Custa a partir de R$249 na Amazon.

 

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado