A seleção do México está de luto, em razão do falecimento de Felipe Sánchez, de 74 anos, pai do goleiro Osvaldo Sanchez. Titular da equipe mexicana, Sánchez estava prestes a realizar o maior sonho do pai: vê-lo defender seu país numa Copa do Mundo. Felipe sofreu um enfarte fulminante antes de viajar para Nuremberg, onde assistiria à estréia do filho no Mundial, domingo, contra o Irã.
Na manhã de ontem, muito emocionado, Sánchez se despediu dos companheiros e viajou para Guadalajara, para participar do funeral – mas deve voltar a tempo de estrear na Copa. "Por mais que se diga alguma coisa, não conseguimos diminuir a dor por uma perda tão grande", disse o atacante Borghetti, com lágrimas nos olhos, na entrevista após o treino. "Osvaldo (Sánchez) sabe que o apoiamos, pois somos mais que colegas de trabalho, somos amigos". Borghetti era o mais abalado pela morte do pai do goleiro.
Durante a entrevista, o atacante manteve o olhar distante, como se lembrasse do mesmo sentimento que o afligiu em 2004, quando sua irmã faleceu, durante a disputa da Copa América. "Estamos com Sanchez em todos os momentos, na alegria e na tristeza", disse Borghetti.
Como ficou claro pelo comportamento do atacante, a preocupação da comissão técnica e dos torcedores mexicanos é que o episódio abale a estrutura psicológica da equipe às vésperas do Mundial. "É um golpe muito duro para o elenco, mas talvez nos motive mais", refletiu o zagueiro Rafa Marquez. "O pai queria muito vê-lo numa Copa (o goleiro ficou na reserva em 1998 e 2002), e Osvaldo vai trabalhar para realizar esse sonho", comentou. "Também procuro agir dessa forma. Sei que minha irmã não está mais aqui, mas pensar nela me dá mais força", observou Borghetti.
Após respeitado um minuto de silêncio, os jogadores mexicanos jogarão com tarjas pretas na partida contra o Irã. (Agência Estado)