De um lado, o brasileiro Ronaldinho, melhor jogador do mundo pela Fifa nos anos de 2004 e 2005. Do outro, o francês Thierry Henry, segundo colocado nos prêmios de 2003 e 2004 promovidos pela entidade. Dois dos maiores jogadores de futebol do planeta na atualidade, eles têm tudo para ser os protagonistas da partida entre Barcelona e Arsenal, nesta quarta-feira, em Paris, na decisão da Copa dos Campeões da Europa.
Atual bicampeão espanhol, o Barcelona chega à decisão com o rótulo de favorito. No entanto, o técnico Frank Rijkaard faz questão de dizer que os dois times têm as mesmas chances de sair de campo com o troféu. "Muita gente acredita em nossas possibilidades e não há que escondê-las, mas ir como favorito me parece um grande erro, porque uma final é um jogo único", argumentou o holandês.
Rijkaard tem à sua disposição praticamente tudo o que tem de melhor no elenco do Barca. A exceção fica por conta do atacante argentino Lionel Messi: apesar de ter sido relacionado para o confronto, o jogador ainda não está em suas melhores condições físicas depois de se recuperar de uma complicada lesão muscular e deve ficar como opção no banco de reservas. Sendo assim, o técnico do time catalão deverá formar o seu trio ofensivo com os mesmos atletas que vinham atuando nas últimas rodadas do Campeonato Espanhol, com o camaronês Samuel Eto’o, o francês Ludovic Giuly e o brasileiro Ronaldinho.
Autor de 22 gols em 12 jogos disputados nesta Copa dos Campeões, o ataque é a grande aposta do Barcelona para conquistar o seu segundo título continental na história – o time espanhol foi campeão em 1992 e teve que se contentar com o vice em outras três oportunidades. Porém, do lado adversário, irá encontrar um atacante também bastante inspirado nos últimos tempos e uma barreira defensiva quase intransponível.
Nesta Copa dos Campeões, o Arsenal quebrou o recorde de tempo sem tomar gols na história de todas as competições européias. O time inglês está há dez jogos – ou 920 minutos – sem tomar um gol sequer. Curiosamente, os Gunners tiveram muitos problemas para formar sua defesa nesta temporada, já que jogadores como Sol Campbell e Ashley Cole desfalcaram a equipe por contusão, e o meio-campista francês Patrick Vieira deixou Londres para ir jogar na Juventus.
O técnico Arsène Wenger se viu obrigado a lançar jovens valores no time, como o defensor marfinense Eboué e o meia francês Diaby, e teve bons resultados ao eliminar equipes como o Real Madrid e a Juventus nas oitavas e quartas-de-final. “Eliminamos equipes muito boas e agora iremos jogar contra outro bom time. É um novo objetivo, sair de campo depois do jogo e levantar o troféu”, afirmou o treinador.
Nesta quarta, Wenger tem um único desfalque para escalar o Arsenal. O meia Diaby, lesionado, não se recuperou a tempo e fica de fora da decisão. Com isso, o treinador deverá formar o meio-de-campo com o brasileiro Gilberto Silva, além do espanhol Cesc Fábregas, do sueco Ljunberg e do francês Pires.
O técnico francês está confiante no desempenho de seu time nesta quarta, apesar de esta ser a primeira decisão de Copa dos Campeões que o Arsenal disputa. No entanto, o treinador acredita que o potencial de seu sistema defensivo, aliado ao poder de fogo de Henry na frente, pode fazer a diferença em Paris. “Confio na qualidade da minha equipe, que está muito unida, determinada a ganhar e tem muito talento. Sempre tentei convencer os jogadores de que têm alta qualidade e realmente me sinto muito satisfeito. Na quarta, teremos que dar um passo a mais”, disse.