“Se o São Paulo errar, já era”. A franqueza de Diego Lugano sobre a partida dessa quarta-feira, contra o Trujillanos, escancara a responsabilidade que o Tricolor terá pela frente nessa terceira rodada da fase de grupos da Copa Libertadores. Ao afirmar que a margem de erro do clube na competição já atingiu o limite, o zagueiro alertou os demais jogadores que uma derrota contra o time venezuelano acabará com as chances de classificação da equipe às oitavas de final.
“Não existe outra alternativa que não seja ganhar. Temos que focar nesse jogo. Não existe margem para erro, é o primeiro dos últimos jogos. Se não vencermos, ficará quase impossível classificar”, disse o uruguaio. “Se o time não vencer, não há chance de avançar. É uma situação quase igual à do jogo contra o River Plate. A Libertadores ficou muito apertada para nós, e essa é a primeira de quatro finais em que não podemos errar. Se o São Paulo errar, já era”.
No saguão do aeroporto de Cumbica, em Guarulhos, onde o São Paulo iniciou a jornada até a cidade venezuelana de Valera, Lugano recordou o impacto negativo que a derrota para o Strongest teve no planejamento do clube. O tropeço por 1 a 0, no Pacaembu, aumentou a pressão sobre os comandados de Edgardo Bauza e deixou os torcedores apreensivos com relação a uma eliminação precoce na Libertadores. Com apenas um ponto, conquistado no empate por 1 a 1 com o River Plate, na última quarta-feira, o Tricolor ocupa a terceira colocação do Grupo A do torneio.
“É complicado perder para um time como o Strongest, que dificilmente perderá pontos em La Paz [por conta da altitude]. Agora temos de encarar essas finais para continuar na Libertadores”, afirmou Lugano, que esteve ausente na derrota por 2 a 0 para o Palmeiras, no domingo, para se recuperar fisicamente.
Inicialmente, o São Paulo faria um treino na manhã dessa segunda-feira e tomaria um voo fretado até a cidade venezuelana que sediará o jogo, mas o planejamento teve de ser alterado por conta de problemas logísticos. Com as mudanças, a equipe só treinará uma vez antes da partida contra o Trujillanos, logo após desembarcar em Valera, na terça-feira.
“Não ter como treinar atrapalha, porque você não se recupera fisicamente. Os jogadores estão cansados, machucados e não existe tempo. Na outra partida você atua, mas nunca está 100%. Esse é o eterno problema de um calendário tão difícil como o brasileiro”, avaliou o uruguaio, um crítico assíduo da maratona de jogos enfrentada pelas equipes nacionais.