No início da tarde desta quarta-feira, o futebol brasileiro perdeu um dos seus mais polêmicos dirigentes. Vítima de um câncer no pulmão, o ex-presidente do Bragantino, Nabi Abi Chedid, faleceu aos 74 anos, em São Paulo.
Ex-deputado, vice-presidente da CBF e da Conmebol, Nabi estava internado no Hospital do Coração, de onde não pôde acompanhar o clube de Bragança Paulista ser vice-campeão da Copa FPF. Ainda assim, foi homenageado pelos jogadores, que entraram em campo com camisetas de apoio ao cartola.
Patrono do time de Bragança Paulista, a quase 50 anos envolvia-se com política e esporte. Entre os anos 70 e 80, foi presidente da FPF e chegou a chefiar a delegação brasileira da Copa de 86. A manutenção de Telê Santana no cargo naquele Mundial teria sido, inclusive, resultado de sua influência política.
Foi em 65 com ele que o Bragantino conseguiu o primeiro acesso à elite do futebol paulista. Depois de um afastamento e da retomada do clube alvinegro em 87, Nabi conseguiu a maior glória esportiva até então da cidade de Bragança Paulista. Em 90, sob a batuta de Vanderlei Luxemburgo, Mauro Silva, Nei e companhia venceram o Novorizontino e foram campeões paulistas.
Um ano mais tarde, já com o técnico Carlos Alberto Parreira, o Braga seria vice-campeão brasileiro, em disputa muito equilibrada com o São Paulo de Telê Santana. Com a boa plataforma política levantada no esporte, conseguiu se eleger deputado estadual em 90.
Deputado por dez mandatos, Nabi será velado na Assembléia Legislativa do Estado, ainda nesta quarta-feira. O velório deve acontecer nesta quinta-feira, em Bragança, às 15h.