O treino da seleção brasileira na última terça-feira caminhava para o seu final quando o técnico Carlos Alberto Parreira resolveu aprimorar as jogadas de bola parada, considerada uma das principais armas da equipe nesta Copa do Mundo. Em meio a Ronaldinho, Zé Roberto, Roberto Carlos e Rogério Ceni, quem se destacou foi o meia Juninho Pernambucano, que converteu as cobranças três vezes seguidas, acertando a bola no travessão na quarta tentativa.
O poderio do companheiro impressionou os jogadores, que vêem nas faltas cobradas por Juninho uma chance do Brasil marcar alguns gols importantes na Copa. "Ele é um dos melhores batedores de falta do mundo", elogiou o goleiro Rogério Ceni, considerado um dos melhores do quesito no Brasil, enfatizando a diferença no estilo do meia com alguns dos demais atletas da seleção.
"Eu pego de maneira diferente na bola, assim como o Ronaldo e o Ronaldinho. Ele é mais preciso", elogiou o goleiro são-paulino, para envergonhar Juninho. Ainda buscando o seu espaço dentro da equipe de Parreira, o meia recusou o título concedido pelo colega.
"Acho que o Rogério exagerou", disse, revelando de forma inusitada a sua inspiração para cobrar as faltas. "Eu tenho um jeito diferente de bater, assim como o Marcelinho Carioca (meia do Corinthians). Tento mudar a trajetória da bola já em cima do goleiro. Na bola parada, 80% é concentração", afirmou.
Juninho está ciente de que esta chance de disputar o Mundial será decisiva para seu futuro na seleção, e admite que está centrado em atuar como se esta fosse, de fato, a última Copa que jogará.
"Depois da última Copa, eu coloquei como prioridade voltar à seleção. No Brasil acontece uma renovação muito rápida. É difícil ter jogadores como o Cafu e o Roberto (Carlos), que ficam muito tempo. A Copa é diferente, especial, tem muita gente assistindo, muita cobrança, mas estou tranqüilo para fazer um bom trabalho", concluiu.
