Gana costuma mostrar força em campeonatos sub-17 e sub-20, mas ainda não tinha conseguido a chance de exibir tal potencial em Copas do Mundo. Com a vaga em mãos, tropeçou na Copa Africana de Nações deste ano e deixou a desconfiança no ar. E é contra este sentimento que o técnico Ratomir Dujkovic quer lutar, provando que Gana pode ser uma nova força do futebol africano.
Depois de chegarem à Copa Africana deste ano como favoritos e serem eliminados na primeira fase, as Estrelas Negras tentam recuperar a imagem no Mundial. Com oito gols marcados em amistosos preparatórios contra Jamaica (4 x 1), Coréia do Sul (3 x 1) e Turquia (1 x 1), os ganeses vêm cheios de vontade para a estréia contra a Itália, no dia 12, em Hanover, sem temerem o favoritismo do adversário.
Apesar de tantos gols nos amistosos, o calcanhar de Aquiles do time é o ataque. O principal nome do setor é Matthew Amoah, do Borussia Dortmund, mas quem tem a responsabilidade na frente é Asamoah Gyan, do Modena, que sequer está garantido como titular. Ao lado do meia Appiah, Gyan foi o artilheiro ganês das eliminatórias africanas, com apenas quatro gols em 12 jogos.
Se o ataque não garante, o diferencial pode estar no meio. Sulley Ali Muntari, Stephen Appiah e Michael Essien estão em grande fase e devem preocupar – e muito. Com boa passagem pelo futebol italiano e atualmente no Fenerbahce, Appiah é o termômetro do time e responsável pela criação das jogadas. Um pouco atrás, Michael Essien, o jogador africano mais caro da história, é quem garante o combate no meio-campo, facilitando o trabalho de Samuel Kuffour.
Sem o esperado "futebol alegre e irresponsável" dos africanos, Gana chega à Alemanha com um futebol técnico e organizado, com uma defesa sólida e um meio-campo que pode complicar para Itália, Estados Unidos e República Tcheca. Resta saber se os comandados de Radomir Dujkovic vão responder às expectativas criadas sobre eles.