Pedro Marra
torcida@grupojbr.com
Após a renúncia de Erivaldo Alves à presidência da Federação de Futebol do Distrito Federal (FFDF), no último dia 10, Daniel Vasconcelos (ex-vice) assumiu o posto. Em entrevista exclusiva ao Jornal de Brasília ele falou sobre os desafios do mandato (até 2020). Daniel não será presidente pela primeira vez – teve experiência parecida quando comandou o Luziânia de 2012 até o ano passado. Daniel assume o cargo após três ex-presidentes terem sido destituídos. A seguir, ele fala como pretende se “livrar” desse destino. Aborda tam´bem assuntos como os estádios escolhidos para o próximo Campeonato Candango, entre outras coisas.
A curto prazo, o que você pretende modificar no futebol brasiliense?
O principal é organizar a parte administrativa da Federação. A gente tem que voltar a ter uma categoria de base mais forte. Os filiados pretendem disputar campeonatos fora da Federação do que o nosso, às vezes uma categoria infantil e juvenil dura um mês. Isso vai perdendo um pouco da credibilidade.
Os estádios precisam de laudo técnico autorizado pelos órgãos de segurança do DF para receberem os jogos. Como você pretende administrar a questão junto aos clubes?
A gente sabe a dificuldade para conseguir os laudos. Inclusive, no Arbitral de segunda (16), a Polícia Militar foi convidada e deixou bem claro que cada time que jogar com portão fechado será multado em R$ 30 mil. No outro dia do Arbitral eu já perguntei ao comandante da PMDF o que a Federação pode fazer para os clubes não deixarem para última hora. Se deixar na mão deles, pode ser que chegue em janeiro e não vai ter campeonato.
Você já foi surpreendido com alguma situação do futebol local desde que assumiu a presidência?
Esses dias eu vi uma foto do campo lá do Serejão (Taguatinga), com a grama acabada, num jogo do Campeonato Infantil. Se o mínimo que a Federação poderia fazer, ela não faz… É da base que o futebol trilha o crescimento.
Qual o principal empecilho financeiro da Federação atualmente?
O que entra na Federação de receita, a despesa é o dobro . Por exemplo, entram R$ 50 mil, que seja, você tem R$ 100 mil, R$ 200 mil para pagar de imediato. O ponto inicial é a Federação.
Você, então, está dizendo que a conta da federação não fecha… O que fazer?
Esse ano mesmo, não pagamos integralmente a arbitragem e nada de ambulância. Na segunda divisão, os times que pagaram a arbitragem e a ambulância para a Federação ressarcir. A dificuldade financeira é muito grande.
Como tem sido a relação com a CBF?
O presidente Marco Polo Del Nero deixou claro que vai colocar à disposição de todos os departamentos aqui da Federação uma pessoa da CBF. Acho que a gente tem que profissionalizar mais o trabalho feito aqui, com mais modernidade, até para a administração ficar mais fácil. Eu estou tendo um apoio para a gente sair dessa situação financeira.
Pelo regulamento de 2016, Brasiliense e Ceilândia, que foram campeão e vice, teriam vaga na Série D, Copa do Brasil e Copa Verde. A fórmula de disputa teria de se repetir por dois anos. Com a mudança no regulamento ano passado, o 3º (Sobradinho) e 4º (Paracatu) ganharam a vaga. O Brasiliense pretende entrar na Justiça contra a decisão. O que fazer em relação a isso?
Ninguém questionou isso no Arbitral do ano anterior, que ficou decidido e assinado pelos 12 clubes concordando que as vagas de 3º e 4º seriam para a Copa Verde. Cabe a Federação informar à Justiça o que aconteceu, mas a Federação vai obedecer a lei. O que for certo, a gente vai obedecer quem fica. Se teriam de reclamar, que fosse antes de concordar. Isso vai desmoralizar o futebol do DF.
A média de público do Candangão 2017 foi de 793 torcedores, em estádios como Mané Garrincha (72 mil pessoas), Bezerrão (20 mil pessoas), Augustinho Lima (15 mil). O que você pretende fazer para que na edição do ano que vem essa média aumentar?
Da parte da Federação, a gente tem que se profissionalizar em todas as áreas e definir com o GDF, Polícia Militar, todos os órgãos competentes essa definição dos estádios. Saber com antecedência em que estádio será a partida, onde cada time mandará seu jogo… Isso também ajuda.
Qual legado você pretende deixar para o futebol local?
Não vai faltar disponibilidade minha para mudar o cenário do futebol brasiliense. Você tem que trabalhar com uma coisa que você gosta. Eu aceitei esse desafio e abri mão de vários assuntos particulares para dar a minha contribuição para Federação.
 
										 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
                         
							 
							 
							 
							