Roberto Wagner
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A eliminação da Copa do Brasil na terceira fase, após a derrota por 3 x 0 para o Santos, não apenas frustou os planos do Gama de voltar a figurar entre os grandes clubes do futebol nacional. Ao perder o duelo na Vila Belmiro, grande parte dos jogadores do Alviverde terá de conviver com um mal que tem assolado o País: o desemprego.
Logo na saída de campo na noite de quarta-feira, o goleiro Maringá, um dos destaques do Gama na Copa do Brasil, evidenciou a incerteza que paira sobre o futuro dos atletas. “Saímos com sensação de dever cumprido. Nossa equipe nem divisão tem, mas conseguiu ir longe. Mas o sentimento é ruim, ficar desempregado… No Brasil, hoje, a maior dificuldade é jogador desempregado”, desabafou o camisa 1, em entrevista à ESPN.
Como o time candango não tem mais calendário até o ano que vem, muitos jogadores terão de se virar para arrumar um novo empregador – missão difícil devido a escassez de campeonatos. O alerta de Maringá não chega a ser novidade. De acordo com o movimento “Bom Senso Futebol Clube”, cerca de 80% dos jogadores brasileiros ficam parados durante pelo menos seis meses por ano.
O alento para parte do elenco veio do próprio presidente do Gama, Antônio Alves, o Tonhão. “Infelizmente, não deu (para classificar). Mas muita gente vai ficar. Nossa intenção é manter os nossos jogadores da base. De 10 a 15”, adianta. “Mas creio que meus atletas serão aproveitados, eles chamaram a atenção. Esses meninos despertaram interesse de outros times”, acredita Tonhão, lembrando que há competições em andamento, como os campeonatos amazonense, paraense, 2ª divisão goiana etc.
O diretor de futebol do Gama, Paulo Araújo, endossa o discurso de Tonhão. Solidário ao momento dos jogadores que, inicialmente, ficarão desempregados, ele culpa as federações e a CBF. “Isso é muito ruim. O futebol brasileiro faz calendário para time de 1ª divisão. Ele é muito ruim para os debaixo. As federações estão muito acomodadas com as competições da CBF. Com isso, causa esse desemprego para muita gente”, desabafa o diretor.
Saiba mais
Para manter os cerca de 15 atletas sob contrato, o presidente do Gama informa que acertou uma parceria com o Atlético-PR. A partir da próxima semana, os clubes farão uma espécie de troca benéfica a ambos.
“Estou mandando três jogadores para lá. É um acordo no qual não perco autonomia. O Gama não vai virar filho do Atlético-PR e nem o Atlético-PR filho do Gama”, adiante Tonhão.
 
										 
									 
									 
									 
									 
									 
									 
                         
							 
							 
							 
							