A morte é motivo de medo para muitos seres humanos, menos para os jogadores da Costa do Marfim. Se quiserem provar a condição de melhor representante do continente africano, os “Elefantes” vão ter de passar pelo temido Grupo C da Copa do Mundo, considerado o “Grupo da Morte” do Mundial, com Argentina, Holanda e Sérvia e Montenegro. Preparados para encarar os poderosos rivais de frente, eles estão.
A preparação inicial dos marfinenses para a Copa começou no início do ano, com a disputa da Copa Africana de Nações, no Egito. Inspirados com a inédita vaga no Mundial, acabaram com o vice-campeonato, perdendo justamente para os donos da casa após superar adversários do nível de Camarões e Nigéria. Ou seja, enfrentar grandes pressões não parecia ser problema para os comandados do técnico Henri Michel.
Os problemas começaram, de fato, quando a Copa tornou-se a prioridade dos Elefantes. No primeiro amistoso após o vice-africano, uma derrota para a Espanha por 3 x 2, em março. Com os 23 jogadores convocados – nenhum que atue no futebol marfinense -, mais decepções: dois empates em 1 x 1 com Suíça e Chile, respectivamente.
A má trajetória colocou em dúvida o trabalho de Michel à frente da Costa do Marfim. As pressões da imprensa e dirigentes o forçaram a tirar o time da concentração na França e antecipar a viagem à Alemanha, em Colônia. O clima só foi tranqüilizado com uma vitória de 3 x 0 sobre a Eslovênia, mas mesmo assim os Elefantes chegam à estréia contra a Argentina neste sábado, em Hamburgo, sem um time-base definido, alimentando ainda mais a principal deficiência da equipe: o desentrosamento.