Menu
Futebol

Depois das bolhas, ficou a cicatriz

Arquivo Geral

06/06/2006 0h00

As bolhas nos pés de Ronaldo estão cicatrizando e, ontem, o atacante voltou a calçar as chuteiras que lhe causaram o problema e iniciaram um mal-estar com a Nike, empresa que fabrica o produto e é parceira da CBF. Um dia após a multinacional ajustar as chuteiras, Ronaldo participou quase que integralmente do treinamento. Fez até gol no "rachão" (jogo em que se utiliza apenas metade do campo), mas, no início, não conseguiu disfarçar o incômodo nos pés. Chegou a tirar a palmilha. E teve de escutar brincadeiras do capitão Cafu sobre o episódio: "Como é, já tirou os pregos da chuteira?".
O problema não é nada sério. Trata-se de um ferimento que causa sensação ruim, desagradável. O tratamento foi feito com uma pomada cicatrizante. "As bolhas não são mais problema. A pele estava descamando, em carne viva, mas agora está tudo bem", disse o médico José Luiz Runco, que, após o amistoso contra a Nova Zelândia, domingo, se dizia preocupado. Ronaldo foi substituído no intervalo da partida por causa das lesões. Desde então, vinha usando só chinelos e criticou publicamente a chuteira, feita sob medida. A Nike avalia ser impossível não relacionar o problema de um de seus principais garotos-propaganda com seu produto. Tanto que divulgou uma nota  para explicar a parceria com Ronaldo na chuteira. Também a CBF não gostou da atitude de Ronaldo de criticar a multinacional. A entidade não queria que a Nike saísse com a imagem arranhada do episódio.

O médico explicou que a única lesão que incomodava o atleta era a do calcanhar. "O Ronaldo achava que o problema era a costura da chuteira, mas isso já foi resolvido pela Nike", declarou. "Se tivesse um jogo da Copa amanhã ele jogaria tranqüilamente".

Ontem, no primeiro treino dos brasileiros na Alemanha, Ronaldo começou, assim como os colegas, usando tênis para fazer exercícios físicos. Depois, calçou as chuteiras e pôs faixas protetoras e curativos nos locais machucados. Participou do rachão, mas foi poupado do treino de bola parada. Segundo  Parreira, "não havia necessidade da presença do atleta"  – ele também poupou os laterais Cafu e Roberto Carlos da prática, pois disse que eles fazem marcação fora da área nesse tipo de jogada.

"Nós lidamos com o caso do Ronaldo como lidamos com outros do departamento médico. Mas sabíamos que  era um problema que duraria só 48h", disse o treinador. Ronaldo, apesar dos insistentes pedidos dos jornalistas, se recusou a dar entrevistas na zona mista montada ao lado do campo.

    Você também pode gostar

    Assine nossa newsletter e
    mantenha-se bem informado