Na teoria, a seleção do México teve a melhor preparação de todos os times que participam da Copa do Mundo da Alemanha. O técnico Ricardo Lavolpe convocou seus jogadores muito antes da data limite estipulada pela Fifa – 15 de maio – e desde o dia 12 de abril já estava com todo o grupo reunido e treinando para o Mundial.
Uma boa preparação com um futebol em ascensão poderia ser uma ótima receita para que os mexicanos conseguissem ter um bom resultado na Alemanha. Mas os problemas começaram logo na convocação. Conhecido por seu temperamento explosivo, o argentino Lavolpe já teve sua primeira dor de cabeça ao deixar o ídolo nacional Cuauhtemoc Blanco de fora da lista de convocados para a Copa.
Até então, o treinador era unanimidade entre a imprensa e a opinião pública, mas a não convocação de Blanco abalou sua relação com os mexicanos. Lavolpe chegou a declarar guerra contra a imprensa do país, e desde então, não fala mais com jornalistas mexicanos.
Depois destas questões de relacionamento, o México encontrou seu segundo problema. A Federação Mexicana de Futebol escolheu dois adversários fortes para jogos amistosos de preparação para a Copa, já em solo europeu. As seleções escolhidas foram França e Holanda, tidas por muitos como candidatas ao título mundial.
Resultado: duas derrotas – 1 x 0 para a França e 2 x 1 para a Holanda, de virada – e o otimismo mexicano se transformou em crise. A seleção cabeça-de-chave do grupo D da Copa do Mundo da Alemanha saiu de favorita para se transformar em possível decepção.