"Não tem explicação algo que é incomum". Em meio aos protestos da torcida e um clima hostil, o técnico Luis Carlos Barbieri evitou dar desculpas sobre a goleada sofrida pela Portuguesa para o Paysandu por 6 x 2 nesta terça-feira, em pleno Canindé. O resultado marca a pior derrota da história da Rubro-verde no estádio Oswaldo Texeira Duarte em Campeonatos Brasileiros.
"O resultado é atípico, pois não tivemos a capacidade de concluir as jogadas criadas. Mas acima de tudo é preciso erguer a cabeça. Você vai explicar o que? Não adianta você dar desculpas à torcida. È preciso resolver isso internamente, entre os próprios jogadores", assegurou o treinador.
Não apontando culpados diretos pela tragédia, Barbieri não adiantou as prováveis mudanças que fará na equipe. O treinador apenas pediu para que seus comandados terem calma e não levarem os problemas da Lusa para fora dos vestiários.
"É o momento de se fazer uma reflexão, de cabeça fria. Na oração após o jogo, teve jogador que chorou, outros cobraram os companheiros. Espero que as coisas se resolvam nos próximos dias", disse, acirrando os ânimos do elenco.
"É nos momentos difíceis que você vê se o grupo é bom. Quando a fase é boa é tudo muito fácil. Tomar de seis dentro de casa é inadmissível e é necessário que o grupo tenha uma reação". O único ponto criticado por Barbieri foi a apatia lusitana, que mesmo voltando do intervalo com 3 x 0 não reforçaram a pressão sobre os paraenses.
"Desde que cheguei aqui eu venho cobrando. É um grupo que fala pouco, não se orienta dentro de campo. O elenco precisa buscar dentro dele o que vem faltando, a força necessária para mudar a situação", garantiu.
O resultado quebrou uma invencibilidade da Portuguesa no Canindé que perdurava desde 11 de março, quando a Rubro-verde caiu para o Palmeiras por 2 x 1, ainda no Campeonato Paulista. Com os 6 x 2, além da humilhação moral dos torcedores, a equipe ocupa pela primeira vez nesta Segundona a lanterna, com oito pontos em nove jogos.
Apesar do clima hostil, nenhuma ocorrência mais grave foi registrada pela Polícia Militar nos arredores do Canindé, fato inédito na história recente do clube. Quando o placar já apontava 5 x 1 para o Papão, muitos torcedores preferiram deixar as dependências do estádio ao invés de iniciar tumultos ou brigas.