De um lado, o futebol força. Do outro, a velocidade. Essa será a crônica do duelo entre Austrália e Japão, nesta segunda-feira, em Kaiserslautern, na abertura do Grupo F, o mesmo de Brasil e Croácia. Enquanto o time da Terra do Canguru aposta na marcação forte e, às vezes, até nas pancadas, o técnico Zico tenta aproveitar a velocidade dos japoneses para levar a seleção nipônica longe na Copa do Mundo.
Antes mesmo da partida, integrantes das duas seleções trocam farpas públicas. Depois de ouvir os nipônicos criticando a pegada da Austrália, o técnico Guus Hiddink rebateu os adversários. “Essas declarações foram feitas para influenciar o árbitro, e isso sim é jogar sujo”, disparou.
Para a partida de estréia, o treinador holandês tem apenas uma dúvida para definir sua equipe: Bresciano e Kewell disputam posição no ataque. Os dois se recuperaram recentemente de lesões e jogará quem estiver melhor fisicamente.
Em meio à polêmica e à dúvida, Hiddink adota o discurso de que será muito importante uma vitória sobre a seleção japonesa, pois acredita que as duas equipes e a Croácia vão travar uma luta direta pela segunda vaga, já considerando a classificação do Brasil.
“Não há como negar que a seleção brasileira vai se classificar e por isso vamos lutar com os outros dois por uma vaga na próxima fase. Dessa forma temos que largar na frente nesta segunda-feira. Se ganharmos, deixaremos o Japão quase fora da disputa”, analisou.
No lado japonês, Zico demonstra preocupação em anular a principal jogada ofensiva dos adversários: as bolas aéreas. “Teremos que saber neutralizar essa jogada para sabermos vencer. Numa disputa mano a mano vamos perder. Portanto, teremos que jogar com inteligência, sabendo nos antecipar”, explicou.
Sobre o time que vai a campo, Zico descartou a escalação do lateral Akira Kaji, que se recupera de uma lesão na coxa direita. Sem Kaji, o brasileiro vai optar por Yuichi Komano.
As duas seleções nunca se enfrentaram em uma Copa do Mundo, mas jogaram entre si nas semifinais da Copa das Confederações de 2001, quando o Japão venceu apertado por 1 a 0 graças a uma cobrança de falta perfeita de Hidetoshi Nakata. No total, em dez partidas, o Japão venceu três vezes e a Austrália conquistou quatro trunfos, com a história registrando mais três empates.
Os australianos chegam ao seu segundo Mundial e tentam melhor sorte do que em 1974, também na Alemanha, quando foram eliminados na primeira fase. Já os japoneses foram eliminados nas oitavas-de-final em 2002, obtendo a melhor posição da história ao dividirem a sede do evento com a Coréia do Sul.