Tunísia e Arábia Saudita não figuram entre as favoritas para passar para a segunda fase no Grupo H, mas o duelo árabe, como vem sendo chamado na Tunísia, é decisivo para as pretensões de ambas. Contando com um tropeço da Ucrânia, as duas seleções estão na quarta participação em Copas do Mundo, e uma vitória iria representar a possibilidade de um resultado histórico para os dois lados.
É bem verdade que a Arábia passou da fase de grupos em sua primeira participação, em 94. A Tunísia, porém, ainda tenta repetir o feito saudita. Sendo a única seleção africana desta edição que já participou de Copas, a vitória colocaria as Águias de Cartago com boas possibilidades. “Temos sorte de enfrentar os sauditas no primeiro jogo”, disse David Jemmali, zagueiro do time. “Se conseguirmos um bom resultado nesta partida, estaríamos na briga pela vaga”.
O retrospecto favorece a Tunísia, que venceu quatro e empatou uma em sete jogos contra a Arábia. Para a estréia, o técnico Roger Lemerre tem uma série de problemas. Francileudo desfalca o ataque, enquando Mehdi Meriah é dúvida na defesa. Com a marca ruim de ter comandado a fraca campanha da França em 2002, o treinador é criticado por convocar muitos jogadores que atuam na Europa com Namouchi, do Rangers, e Jemmali, do Bordeaux, mas conta com o apoio dos jogadores.
“Dá pra ver que ele conhece futebol. Ele sabe quase tudo sobre ser técnico”, disse Namouchi. “A gente sempre recebe críticas, mas isso é o futebol. Nenhum dos 23 jogadores aqui está interessado em polêmicas”.
Do lado da curiosidade, o goleiro Ali Boumnijel será o quinto mais velho da história das Copas ao estrear contra a Arábia, com 40 anos. “Tenho muita responsabilidade. É muita experiência para ajudar os mais jovens”, diz o goleiro.
Os árabes também terão um goleiro experiente no Mundial. Mohammed al-Deayea vai para sua quarta Copa do Mundo. Com 181 convocações e uma leve lesão no ombro, ele deve perder a condição de titular para Mabrouk Zayed, o que não é problema para o maduro goleiro. “Uma vez, um técnico meu disse que até Pelé foi substituído. Se Mabrouk Zayed for o escolhido, meu papel será ajudá-lo e aconselhá-lo se necessário. Acho ele um excelente jogador”, disse Al-Deayea.
Na sua quarta participação consecutiva em Mundiais, a Arábia prefere se apegar às vitórias sobre Marrocos e Bélgica em 94 do que a humilhante derrota sofrida por 8 x 0 para a Alemanha em 2002. A defesa não mudou muito nos últimos quatro anos, já que sofreu 24 gols nos últimos quatro jogos. Para aliviar os erros, o técnico Marcos Paquetá deve adotar o 4-5-1.
Quem comanda a defesa é Hamad al-Montashari, de 24 anos que, além de ser o melhor jogador da Ásia em 2005, ainda surpreende ao marcar gols. “Ele não para nunca. Al-Montashari é um excelente e jovem jogador, tem um futuro brilhante pela frente”, finaliza o treinador brasileiro.