"Entre o bom futebol e a festa, a Alemanha optou pelo jogo. A Copa do Mundo é um evento do esporte e não poderíamos sacrificar a qualidade do esporte", explicou o presidente do Comitê Organizador da Copa do Mundo, o ex-jogador Franz Beckenbauer, com uma declaração que fez muita gente pegar raiva da Seleção Brasileira, pois nos bastidores surgiu a informação de que foi a CBF que pediu para que o evento não fosse realizado no estádio em que o time canarinho vai estrear.
Dias depois vários órgãos de imprensa da Alemanha divulgaram que o Comitê buscou apenas evitar um prejuízo astronômico, pois os ingressos para o evento estavam encalhados, primeiro devido ao alto valor e segundo pela pouca expressão que a festa teria já que, pela primeira vez na história, a cerimônia não seria realizada no mesmo estádio do jogo de abertura.
Antes, a população comprava um ingresso para a partida de abertura do Mundial e acabava vendo a festa como brinde. O evento deste ano estava orçado em US$ 29 milhões (aproximadamente R$ 86 milhões). Entre as atrações da abertura estavam previstas apresentações da soprano Jessye Norman, da banda Black Eyed Peas, do cantor Cheb Khaled e de 5.000 voluntários, que estavam sendo treinados pelo diretor artístico Andre Heller.
Mas a festa foi salva pelas cidades que receberão a Copa do Mundo. As 12 sedes decidiram fazer pequenas festas antes do primeiro jogo em cada uma delas a fim de receber as delegações que desfilarão em seus gramados. A atitude foi muito elogiada pelo presidente da Fifa, o suíço Joseph Blatter.
"Só tenho a agradecer pelo carinho com que essas sedes estão tendo para com a Copa do Mundo. As festas que elas estão organizando vem amenizar um pouco o que aconteceu com o cancelamento da cerimônia de abertura", disse Blatter, deixando bem claro que estava pouco satisfeito com a decisão do Comitê Organizador.
De Hamburgo, no norte, até Munique, no sul, e de Leipzig, no leste, até Colônia, no oeste, cada cidade criou um programa próprio para entreter os torcedores de todo o mundo. Estimativas modestas dão conta de sete ou oito milhões de pessoas participando das Fan Fests, como estão sendo chamadas estas festas.
Sem dúvida, a maior festa ocorrerá na capital Berlim. Ao longo da Copa do Mundo da FIFA de 2006, a área da Straße des 17. Juni (Rua 17 de junho) que vai do Portão de Brandenburgo até a Coluna da Vitória, se tornará um local de festa de dois quilômetros, com cada festa maior do que a anterior. Um variado programa irá entreter os convidados de perto e de longe em 30 dias diferentes, e é claro que a diversão não acaba entre um jogo e outro.
Esses são os dias em que, por exemplo, a cidade de Gelsenkirchen, participante da Copa do Mundo da FIFA, organizará espetáculos com artistas de primeira linha. Superastros como Bryan Adams (7 de julho), Simple Minds (8 de junho) e Status Quo (28 de junho) se apresentarão no antigo estádio de Glückaufkampfbahn, em Schalke.
A Fifa também decidiu fazer uma pequena cerimônia antes do jogo de abertura. Os planos foram discutidos na última reunião dos conselheiros da entidade. O evento vai durar pouco mais de 20 minutos e contará com mais de 150 campeões mundiais.
"Pessoalmente, sempre achei que a idéia de um evento de abertura grandioso é boa. Não foi fácil saber da decisão do cancelamento tão tarde, mas colocamos as considerações esportivas em primeiro lugar", disse Blatter. Do Brasil confirmaram presença no evento de abertura da Copa do Mundo de 2006 campeões mundiais como Jorginho, Bebeto, Dunga, Viola, dentre outros.
Na cerimônia será cantado o tema de abertura do Mundial, "The Time Of Our Livef" ("O Tempo Das Nossas Vidas") pelo grupo inglês Il Divo e cantora norte-americana Toni Braxton.
O consumo interno do país também sobe entre 2 e 3 milhões de euros. Os estádios da Copa do Mundo vão receber 3,5 milhões de torcedores. Porém, os locais dos jogos se mostram preparados para o espetáculo após um investimento de 3,4 milhões de euros.