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Prazeres do vinho

A recuperação dos aromas e sabores dos vinhos após o COVID-19

Os efeitos causados induz aos enólogos e sommeliers o risco de não poderem mais exercer a sua profissão, porém, segundo especialistas, o uso de uma técnica chamada fisioterapia olfativa, pode contribuir para que o sentido seja recobrado

Dai Teixeira

16/04/2021 10h50

A recuperação dos aromas e sabores dos vinhos após o COVID-19

Um dos sintomas e sequelas mais clássicos da infecção por COVID-19, doença causada pelo vírus Sars-Cov-2, é a perda de olfato. Não sentir os aromas, é claro, é trivial em comparação às catástrofes sociais e pessoais devido aos efeitos que a pandemia vem causando. Ela já levou amigos e entes queridos, cessou empregos, empresas e desestruturou a vida de muitos. Mas para sommeliers, enólogos, produtores e demais profissionais do vinho que tem sua base de trabalho em distinguir delicados e sutis aromas e sabores, este sintoma da Covid-19 pode significar muito.

Em entrevista com profissionais do vinho que foram infectados pela doença, o sindicato dos enólogos franceses descobriu que mais de 65% perderam o olfato e 56% relataram alterações no paladar. A maioria – 61% – relatou que recuperou totalmente os sentidos, porém 32% disseram que a recuperação foi parcial e, o mais preocupante – 7% não recuperaram os sentidos ainda.

Segundo estudos feitos pela Organização Mundial da Saúde o olfato e o paladar podem levar períodos longos para normalizar, porém, segundo especialistas, o uso de uma técnica, a chamada fisioterapia olfativa, pode contribuir para que o sentido seja recobrado. O treinamento olfativo é um método simples, prático, seguro e não invasivo para pacientes com perda de olfato.

O método, que já obteve sucesso na recuperação da perda de olfato oriunda de contaminações virais, traumas e/ou envelhecimento, também apresentou resultados positivos em casos relacionados ao novo coronavírus.

Acredita-se que o treinamento olfativo serviria, então, como um possível reativador das conexões neuronais que foram comprometidas pelo dano celular causado pelo vírus. Além das mudanças no nível da célula, essa estimulação pode estar relacionada com mudanças no nível do bulbo olfatório e na estrutura cerebral, resgatando a ‘memória’ do olfato. A Universidade de Bordeaux, por exemplo, desenvolveu um banco de especialistas que estão ajudando profissionais do vinho da região a reconstruírem seu banco de dados interno de aromas e sabores.

Somos compostos de um caleidoscópio sensorial feito a partir de nossas experiências pessoais que reflete na forma como apreciamos o mundo.

Dai Nasteoli

Os especialistas frisam, ainda, dois aspectos importantes sobre a perda de olfato. O primeiro deles diz respeito ao fato de o sintoma indicar uma contaminação por COVID-19 ou outra doença. Por isso, se ela ocorrer, não deixe de procurar um médico.

Informar a população sobre os riscos à saúde apresentados pela COVID-19 é tão importante quanto às outras medidas de proteção. Informações precisas e confiáveis permitem que pessoas tomem decisões conscientes e adotem comportamentos positivos para proteger a si e seus entes queridos de doenças como a causada pelo novo coronavírus.

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