O Distrito Federal registrou aumento nos casos de acidentes com serpentes neste ano. Até 13 de setembro, foram notificados 92 casos envolvendo moradores da capital federal, ante 65 no mesmo período de 2024, representando um crescimento de 41,5%. No ano passado, o total de acidentes chegou a 92, enquanto em 2023 foram 115.
As notificações são feitas pelas unidades de saúde com base nos atendimentos realizados em hospitais, Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Unidades Básicas de Saúde (UBSs). Além disso, o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox-DF) registrou mais de 230 atendimentos até setembro deste ano relacionados a picadas ou mordidas de cobra. Por meio de ligação telefônica, o serviço da Secretaria de Saúde (SES-DF) fornece as primeiras orientações enquanto a vítima se dirige à unidade de saúde. Em 2024, o serviço registrou mais de 400 atendimentos, contra 260 em 2023.
Orientações em caso de acidente
A farmacêutica-bioquímica do Ciatox, Sandra Márcia da Silva, alerta para equívocos comuns nos primeiros socorros. “Não se deve garrotear o membro afetado, dar bebida alcoólica, cortar o local, colocar qualquer substância ou tentar sugar o sangue”, explica. O procedimento correto é manter a vítima em repouso, lavar a área afetada com água e sabão e buscar atendimento médico rapidamente, onde será avaliada a necessidade do soro antiofídico.
Prevenção
O Ciatox recomenda que a melhor forma de evitar acidentes é não tentar capturar os animais. “Evite enfiar as mãos em buracos, remover pedras manualmente em áreas abertas e, ao adentrar a mata, use perneiras”, orienta Sandra. Caso seja possível, a recomendação é fotografar o animal, mas não transportá-lo até a unidade de saúde.
Raiany Cruz, chefe do Núcleo de Conservação e Manejo de Répteis, Anfíbios e Artrópodes do Zoológico de Brasília, reforça a importância de manter os animais no seu habitat natural. “Não é seguro ter animais peçonhentos em casa. Animais exóticos aumentam ainda mais o risco, pois o soro específico pode não estar disponível”, destaca.
Segundo Raiany, embora a maioria dos acidentes envolva serpentes botrópicas — as jararacas —, as mordidas de cascavel são mais graves, podendo causar insuficiência renal.
Atendimento
Em caso de acidente, o Ciatox pode ser contatado pelo número (61) 99288-9358. O serviço oferece orientações iniciais até a chegada à unidade de saúde pública, onde o soro antiofídico é disponibilizado.
Com informações da Secretaria de Saúde