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Notícia Animal

Capivaras que sobreviveram a atropelamento de manada no Lago Sul são tratadas no Hfaus

Hospital especializado do DF tenta salvar dois sobreviventes de atropelamento coletivo que matou 12 animais; motorista já foi identificado e pode ser multado por omissão de socorro

Redação Jornal de Brasília

11/07/2025 17h50

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Foto: Tony Oliveira/Agência Brasília

Os dois filhotes de capivara que sobreviveram ao atropelamento coletivo ocorrido na última quinta-feira (10), no Lago Sul, continuam em tratamento intensivo no Hospital e Centro de Reabilitação da Fauna Silvestre do Distrito Federal (Hfaus). O atropelamento, que vitimou 14 animais e deixou 12 mortos, chocou moradores da capital. O responsável fugiu sem prestar socorro, mas já foi identificado pelas autoridades.

Segundo o biólogo Thiago Marques, coordenador do Hfaus, os filhotes chegaram em estado grave. Um deles apresenta sintomas de traumatismo cranioencefálico, desidratação, hipotermia e queda de pressão. “Ela está em ponto de atendimento, com medicação para dor e lesões, e passou por ultrassonografia. Ainda estamos tentando estabilizar o quadro”, explicou.

Após a recuperação, os animais serão encaminhados ao Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Ibama, onde passarão por avaliação. Será verificado se apresentam capacidade de locomoção, alimentação adequada e condições para reintegração a grupos, já que as capivaras são animais gregários. Caso não tenham condições de retorno à natureza, o Ibama destinará outro local apropriado para os filhotes.

Lei obriga a prestar socorro a animais atropelados

O atropelamento seguido de omissão configura infração à Lei nº 7.283, sancionada em julho de 2023, que obriga motoristas, motociclistas e ciclistas a prestarem socorro imediato a qualquer animal atropelado nas vias do Distrito Federal. O descumprimento pode gerar multa de R$ 1 mil.

A tenente Thays Gonçalves, porta-voz do Batalhão Ambiental da Polícia Militar do DF, reforça que a população deve acionar as autoridades sempre que presenciar ou provocar um acidente envolvendo animais. “Ligar para o 190 ou para o 193 pode mudar o destino dos animais e evitar sofrimento. No caso dessas capivaras, se o socorro tivesse sido acionado rapidamente, talvez mais vidas tivessem sido salvas”, afirmou.

Em situações de emergência, o cidadão deve parar em local seguro, sinalizar a via para evitar novos acidentes e entrar em contato com os seguintes canais:

  • Polícia Militar: 190
  • Corpo de Bombeiros: 193
  • Brasília Ambiental: (61) 3214-5637
  • Linha Verde do Ibama: 0800 61 8080

Hospital referência no tratamento da fauna silvestre

Inaugurado em março de 2024, o Hfaus é uma unidade referência no Brasil para o tratamento e reabilitação de animais silvestres. Localizado no Distrito Federal, o hospital já atendeu mais de 2.500 animais até maio deste ano, muitos vítimas de atropelamentos, queimadas, tráfico e maus-tratos.

Gerido pela Sociedade Paulista de Medicina Veterinária (SPMV) e vinculado ao Instituto Brasília Ambiental, o Hfaus é o primeiro centro do país a oferecer atendimento integrado com equipe multidisciplinar. O grupo inclui veterinários, biólogos e outros especialistas que atuam no cuidado físico, nutricional, psicológico e comportamental dos animais, com o objetivo de devolvê-los à natureza.

A estrutura do hospital foi pensada para respeitar o comportamento natural das espécies, com alas separadas por grupos (mamíferos, aves e répteis) e ambientes que evitam o estresse causado pela proximidade entre predadores e presas.

O funcionamento do Hfaus é resultado de uma articulação entre setor público e iniciativa privada, com apoio do Cetas, do Instituto Brasília Ambiental, da Secretaria de Meio Ambiente do DF, do Batalhão da Polícia Militar Ambiental e do Corpo de Bombeiros Militar do DF.

Com informações da Agência Brasília

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